DESVIAR O FOCO, A FORMA DE SUPERAR O MEDO DAS RUAS
O maior de todos os medos é o medo das ruas. Porque o agito das massas assusta!
Porque isso sim , significa mudança! E, dependendo do tamanho da mobilização e do tamanho da turba nas ruas, as mudanças podem ser profundas. E, quem está comando, quer que mude alguma coisa, de verdade? O humor já dizia que o ideal é parecer que tudo mudou para ficar tudo como era antes. E é nisso que os governantes incompetentes e os políticos que vivem para si mesmos, pensam e apostam. Deixe que o populacho se divirta nas ruas, permita-se que se mude algumas coisinhas aqui e ali mas, quando começarem a exigir transformações que possam mexer na estrutura, na essência, opa!, daí não! Daí é preciso inventar um plebiscito impossível. Toma espaço na mídia. Então, a pressão das ruas arrefece. Ou então a gente começa a brigar com os americanos, protestando contra as acusações de que eles estão espionando nossos cidadãos. Já pensou? Toca-se no amor próprio do brasileiro, fazendo-o substituir o protesto das ruas por xingamentos aos filhos do Tio Sam. É muito melhor, não dá trabalho, não suja as ruas das cidades, não é necessário mobilizar a polícia e nem retirar os entulhos. E, principalmente, fica tudo como era antes.
Pode-se tirar o ímpeto das ruas, ainda, com a malandragem de propor a importação de médicos estrangeiros, porque, quando esse tema tomar conta da mídia, dela sairá a destroçada e horrorosa saúde pública oferecida às pessoas comuns. Essas, que pagam os maiores impostos do mundo, têm alguns dos piores serviços e, ainda, teimam em, a cada 20 anos, ir às ruas protestar. O negócio é mudar o foco. Vale qualquer coisa, menos deixar essa gente toda ir para as ruas. Porque, se isso continuar, corre-se o risco de mudar o país de verdade. E isso, "eles" não querem e nem aceitam.
SUPLENTES NA ALE?
Na Assembleia, pelo menos três deputados estão na marca do pênalti para a cassação. Nesse caso, poderão aparecer uma cara nova e outras já bastante conhecidas. O caso mais complexo é o de Ana da Oito, acusada de ter compartilhado o mandato com os chefes da quadrilha desarticulada. Seu primeiro suplente é o Pastor Delso. Se ele for impedido, assume a professora Estela Maris. Cara nova! No caso de Adriano Boiadeiro, o suplente é o ex-secretário da Seduc, César Licório. E no de Cláudio Carvalho, é o ex-deputado Neri Firigolo, de Cacoal.
NA CÂMARA
Já na Câmara de Porto Velho, há três vereadores presos que podem até ser cassados. Os suplentes à espreita são: DJ Moiséis, para a vaga de Marcelo Reis; Miro do PV, no de Eduardo Rodrigues e Edinei Lima, que é o atual presidente regional do PSL, no de Jair Montes. Também pode entrar, dependendo de quem sair, uma candidata que fez apenas 600 votos: Antonia da Vidroartes. Tudo, por enquanto, é apenas conjectura. Só o futuro poderá com segurança, contar se haverá mesmo cassações.
EXEMPLO NACIONAL
Em menos de duas semanas, duas operações policiais tamanho família colocaram mais de 130 rondonienses, ao menos por alguns dias, na mira da Justiça. Na primeira, mais de cinco dezenas de envolvidos em rolos no Detran foram pegos com a boca na botija, pela Operação Hydra. Pouco depois, estourou a Apocalipse, com 64 pedidos de prisão, com políticos e empresários enrolados. Pergunta-se: Rondônia é mesmo o exemplo ao país, já que aqui os poderosos não estão a salvo do braço longo da lei?
RELACIONAMENTO
Já fazia muito tempo que Governo e Assembleia não viviam numa situação de conflito tão sério como agora. Nos governos de Jerônimo Santana, Osvaldo Piana, Valdir Raupp, José Bianco, houve eventuais divergências, em alguns momentos até mais duras, mas nada intransponível. Nos tempos de Cassol, houve o furacão das gravações contra deputados. Afora isso, Executivo e Legislativo conseguiram conviver, pelo menos de forma respeitosa. Já neste momento, a crise política é séria, se arrasta, se acirra e a tendência é piorar. E vai piorar.
RETRATO DA SOCIEDADE
A série de operações policiais realizadas nos últimos meses, sempre envolvendo autoridades e empresários de Rondônia (em vários casos, com tentáculos chegando a outros estados), levam as redes sociais ao delírio. Há, claro, os comentários corretos e equilibrados, mas também os que se aproveitam disso para destilar ódio e escrever besteiras inomináveis. A verdade, contudo, é que a rede social é o reflexo do povo. Muito gente boa, querendo o melhor para Rondônia e para o país e uma minoria escrevendo uma besteira atrás da outra. Bem um retrato da sociedade!
PAZ? ONDE?
Alguém lembra aí do Rio de Janeiro, que os governos dizem estar pacificado? Pois, na vida real, nunca houve tanta violência. E agora, tal qual numa sucessão familiar empresarial, os traficantes formam uma nova geração de garotos, na faixa etária dos 16 anos 22 anos, para serem os novos comandantes do crime. Pesadamente armados, cruéis e só com sentimento positivo em relação aos outros, esses novos bandidos, que só conhecem o mundo do crime, surgem como um terror para a sociedade. Não há como segurá-los. Ué, mas tudo não estava "pacificado"?
PERGUNTINHA
Você acredita que a ideia da presidente Dilma de realizar um plebiscito ainda este ano, para valer para as eleições de 2014, vai sobreviver a julho?