Sexta-feira, 29 de abril de 2011 - 06h22
NOS POSTOS DE GASOLINA, JÁ COMEÇA A
SER ALIMENTADO O DRAGÃO DA INFLAÇÃO
Unindo o útil ao agradável para eles (e desagradável para nós, consumidores), os postos de combustível já estão racionando o abastecimento. A alegação maior é que estaria faltando álcool anidro que é colocado na gasolina. Por trás dessa informação, que já circula na maioria dos estados brasileiros, incluindo Rondônia, ao apresentar o risco de desabastecimento, os donos de postos estariam, ao mesmo tempo, forçando novos aumentos para o litro do combustível. Há, claro, algumas razões reais para que o combustível suba de preço. Mas há outras incompreensíveis. O aumento da frota em 30% no consumo, nas últimas semanas, dá uma dimensão do quanto cresceu a frota brasileira. Na média nacional, o crescimento foi de 40% nos últimos cinco anos. Em Rondônia, ainda acima disso. As importações de barris de petróleo, apenas nos primeiros quatro meses de 2011, já chegaram à metade dos 3 milhões trazidos do exterior para abastecimento no Brasil em 2010. Ora, de olho nessa frota gigantesca, que cresce muito acima de quaisquer outros índices, as distribuidoras e revendedores querem mais é encher o bolso, praticando preços que, em alguns casos, já seriam caso de polícia, vivêssemos nós num país sério.
A história também traz outra perigosa verdade. A partir do aumento do custo do combustível, praticamente tudo o mais começa a aumentar de preço, até porque grande parte das mercadorias comercializadas no país é transportada em caminhões. É a gasolina (e seus derivados) o risco maior para alimentar a inflação. Ela só será contida com ações práticas e reais do governo e não com discursos, como vêm fazendo a equipe econômica e a própria presidente Dilma Rouseff. Ou corta-se o mal pela raiz, agora, ou vamos começar a conviver, de novo, com o dragão inflacionário, que quase destruiu nossa economia durante décadas.
PERAMBULANDO
Continua apenas nas conversas, em informações ora de avanço, ora de retrocesso, a questão da transposição. Senadores e deputados federais de Rondônia percorrem gabinetes, correndo atrás da solução final que nunca chega. A verdade verdadeira é que o assunto ainda não chegou nas mãos da presidente Dilma Rouseff. Continua perambulando pelas entranhas do Executivo.
TRÊS VERSÕES
Nessa semana, dos três senadores do Estado, surgiram três informações diferentes. Valdir Raupp anunciou que o processo estava prestes a ser assinado pela Presidente. Acir Gurgacz chegou a comentar que a assinatura será feita em 24 horas, depois mudou o tom do anúncio. Já Ivo Cassol declarou que a transposição pode sair em algumas semanas. Ou seja: não há certeza de nada.
VAI ESTRILAR
Há ainda uma questão que poucos estão falando. A presidente mandou cortar todos os gastos possíveis e investimentos de toda a ordem. Imagine-se quando o assunto chegar para a assinatura dela e Dilma ficar sabendo que a União estará assumindo um compromisso novo de mais de 20 milhões de reais todos os mês apenas com um estado da federação. Ela, no mínimo, vai estrilar.
PANO DE FUNDO
Há forte pressão de grupos de professores que não querem acordo com o governo. Parte da atual diretoria do Sintero está “assim” com a administração estadual, mas os grupos rivais dentro da entidade querem tomar conta dela, apresentando-se como oposição. Como pano de fundo, não os maiores interesses da classe, mas a disputa política pelo comando da entidade.
SOTAQUE
Mangabeira Unger é realmente uma personalidade, alguma coisa perto da genialidade. Tem idéias e projetos sensacionais na sua cabeça especial. O problema é a comunicação: misturando português com inglês, sai uma linguagem estranha, daquele tipo que falam os dirigentes de ONGs que atuam na Amazônia. Ele é brasileiro mas foi criado nos Estados Unidos. Gênio, menos no sotaque.
CUSTO BAIXO
Ele esteve no Estado nesta semana, reuniu-se com o governador Confúcio Moura e depois participou de sessão especial da Assembleia Legislativa. Vai sim contribuir muito para grandes projetos para Rondônia. O custo será baixo, em relação aos benefícios que Mangabeira Unger e suas idéias futuristas podem nos trazer.
BANDIDÕES
Madeireiros andaram pela Assembleia tam,bem, protestando contra a forma como a Força Nacional de Segurança anda tratando os empresários do setor. Como bandidões. O presidente Valter Araújo se somou à grita do setor. O tom das denúncias parece ter saído de texto publicado nessa coluna, no início da semana. O problema é que, mesmo com todos os protestos, as ações violentas continuam. A ordem vem de cima.
ENTROU OS PONTOS
Coisas que ficarão só no passado: depois de 144 anos como um equipamento vital para a evolução das comunicações, a última empresa do mundo que ainda fabricava máquinas de escrever, na Índia, fechou as portas. A primeira máquina de escrever comercial foi fabricada nos Estados Unidos, em 1867. Até o surgimento do teclado de computador, as velhas máquinas de escrever eram as donas do mundo.