Terça-feira, 9 de dezembro de 2014 - 19h58
UMA MINA DE ROLOS QUE PODERIA ENRIQUECER RONDÔNIA
Não se sabe quando será, se ainda nessa geração, mas um dia, quando houver transparência e quando a lei valer para todos, sem restrições, o Brasil ficará sabendo tudo o que aconteceu e acontece em relação aos diamantes da Reserva Roosevelt, na nossa Rondônia. Uma verdadeira mina de tanta riqueza atrai gente de todo o tipo, incluindo-se aí autoridades ingênuas (e as há, acredite!), imaginando que o melhor a fazer é deixar a área indígena intocada. Mesmo que seus verdadeiros donos morram de fome, sem educação, sem estrutura alguma e que só os caciques, já aculturados e vivendo vidas de brancos quando estão fora das aldeias, se tornem ricos, enquanto seus irmãos têm uma vida de pobreza, tristeza e doenças. Há claro, os outros, os que não são ingênuos e que sabem que é comum o contrabando de diamantes, que alguns indígenas negociam pedras preciosas com malandros, como aconteceu de novo, agora, quando o doleiro Habib Chater, pego numa operação da PF e do Ministério Público, teria contado participar de um esquema ilegal de extração de diamantes em Roosevelt. E teria apoio - está nos depoimentos - do índio Raimundo Cinta Larga, filho do cacique João Bravo Cinta Larga.
O doleiro teria se aliado a outros dois homens (Ângelo Silva e Júlio Urnau), para retirar diamantes pela Cooperativa Extrativista Cinta Larga, da qual Raimundo é o presidente. O assunto foi tema da mídia nacional, no contexto da Operação Lava Jato, ainda em andamento. O advogado da Cooperativa nega as acusações e diz que a entidade foi criada apenas para atender a necessidade dos indígenas, para que possam usufruir dos diamantes. No meio de tudo isso, as riquezas rondonienses estão indo embora. Sem que possamos ter qualquer benefício com elas, para os Cinta Largas e para nossa terra. Até quando?
COOPERATIVA LEGAL
O advogado Raul Canal, da cooperativa indígena, totalmente legal, disse que a entidade foi criada para lutar pela regularização da extração de diamantes pelos próprios índios. E que há duas ações em curso, pedindo que o garimpo feito pelos cinta-larga seja autorizado pela União. Canal disse ainda que o doleiro e Júlio Urnau eram sócios numa casa de câmbio e que financiaram a cooperativa dos cinta-larga durante alguns meses porque pretendiam, depois que a extração fosse legalizada, atuar na venda de diamantes. Na PF, o doleiro teria contado outra história.
ONZE ANOS
Ainda dentro do mesmo tema e só para não deixar cair no esquecimento: daqui a cinco meses, no início de abril, se completará o 11º aniversário do massacre de 29 garimpeiros, assassinados brutalmente por índios dentro da Reserva Roosevelt. Inquérito da Polícia Federal indiciou pelo menos uma centena de suspeitos de terem participado do assassinato em massa. Até hoje o assunto está nas gavetas do Ministério Público Federal, de onde certamente, levará mais alguns anos para sair...
JOSELITA E A NORMALIDADE
Ainda não há definição, até porque a operação que resultou na prisão do prefeito de Ouro Preto, Alex Testoni, ainda é recente e não se sabe quais serão seus desdobramentos. O que há de real é que o Ministério Público e o Judiciário determinaram que a vice Joselita Araújo assumisse a Prefeitura, que estava acéfala. A posse foi na segunda e ela já está trabalhando para colocar a administração municipal em ritmo de normalidade. Sobre Testoni, há muitas dúvidas ainda, sobre seu futuro. Há quem diga que em nenhuma circunstância ele voltaria ao comando da cidade onde foi reeleito com mais de 75% dos votos.
CADÊ A CHURRASQUEIRA?
O ciúme pegou! Gente trabalhadora, que acorda cedo, que paga todos os seus impostos, que luta para manter seus filhos na escola e sobreviver à extrema violência de bandidos protegidos pelas leis benevolentes, que só vive apertada e lutando por uma vida mais digna, fica criticando medidas adotadas para proteger menores infratores... Já meninas, que estão em "conflito com a lei", ganharam do Estado, uma mansão com piscina. Faltou a churrasqueira....
SOM RIDÍCULO
Talvez o Super Homem, com sua super audição, consiga ouvir alguma coisa nos alto falantes do aeroporto internacional de Porto Velho. Que de internacional, só tem o nome. Porque as pessoas comuns, com ouvidos normais, as que deveriam ter acesso às informações, não entendem uma só palavra no sistema de som que é horroroso, apesar de ter custado caríssimo. Seria melhor as companhias aéreas não passarem o vexame de tentar transmitir alguma mensagem naquele negócio ridículo. É uma vergonha!
NAS COXAS
A pouco mais de 150 quilômetros de Porto Velho, trechos da BR 364 começam a se desintegrar. E isso que o auge da temporada de chuvas e cheias dos rios - principalmente do Madeira - ainda está muito longe. O trabalho de recuperação da rodovia federal, pós enchente histórica, foi feito nas coxas. Na altura do distrito de Abunã, uma parte da BR cedeu e corremos o risco, de novo, de ficarmos sem ligação terrestre com o Acre. Os acrianos, aliás, já estão se precavendo e estocando alimentos, combustível e água potável...
PERGUNTINHA
O garimpo de ouro e o uso indiscriminado de mercúrio no rio Madeira vão continuar ou a lei será cumprida, retirando balsas e dragas inclusive próximo à área central de Porto Velho?
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