Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 09h38
Silvio Persivo (*)
O microcréditoé o termo usado para designar uma variedade de empréstimos que se característiza pelo pequeno valor emprestado, geralmente, para pessoas de baixa renda e que, usualmente, não têm acesso às formas convencionais de crédito, ou seja, é mais dirigido aos negócios informais. Sua instituição foi iniciada num certo dia em que o economista e professor Muhammad Yunus emprestou 27 dólares do seu próprio bolso a cada uma de 42 mulheres da cidade de Jobra, próxima à Universidade onde lecionava, para que estas pudessem adquirir matéria-prima para confeccionar os seus artesanatos, tornando-as assim independentes das garras de agiotas que as mantinham num regime que passou a emprestar pequenas quantias de dinheiro sem cobrar juros a um pequeno grupo familiar, em especial as mulheres que foram 97% dos 6,6 milhões de beneficiários com uma taxa de recuperação é de 98,85%. No Brasil esta experiência foi implantanda no Brasil em 1973, em Recife e Salvador, com a concessão de crédito para o setor informal urbano. Tratava-se do programa União Nordestina de Assistência a Pequenas Organizações (UNO). Em 1987, uma outra experiência foi implantada em Porto Alegre pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos Ana Terra (Ceape), que depois passou a atuar com 12 centros em vários estados brasileiros.
Em Rondônia numa iniciativa que surgiu do SEBRAE/RO, depois de muitos esforços infrutiferos, se conseguiu, com recursos provenientes do Fider (Fundo de Desenvolvimento do Estado de Rondônia), repassados para a Acrecid- Associação de Crédito Cidadão, uma organização não-governamental, criada em 2001, sem fins lucrativos, com a finalidade de criar o primeiro programa de microcrédito estadual que, até hoje, oferece crédito a pessoas que têm pequenos negócios, em valores entre R$ 300,00 e R$ 10.000,00. A carência é de 30 dias e o empréstimo pode ser pago em até 12 meses.Inicialmente restrito a sua sede, em Porto Velho, e, hoje, principalmente com o apoio do governador Confúcio Moura, a Acrecid se expandiu e, hoje, atende com postos também em Guajara-Mirim, Itapuã do Oeste, Candeias do Jamari, Espigão do Oeste, Cacoal, Pimenta Bueno, Alta Floresta e Rolim de Moura. Existem já outras iniciativas de microcrédito, mas, a da Acrecid, hoje atuando com a bandeira “Banco do Povo” é, sem dúvida, a mais antiga e exitosa experiência em crédito orientado para o pequeno em Rondônia.
É um trabalho que tem gerado imensos frutos. Estes recursos, ainda que pequenos diante da demanda, asseguraram o sustento de muitas famílias, possibilitando que pessoas simples possam sobreviver com dignidade. Neste ponto, é preciso louvar trabalho bem feito realizado pelo presidente Manoel Serra e o diretor administrativo financeiro, Anibal Martins Neto, e sua equipe, que já possibilitaram, com controle e acompanhamento individual, a liberação de microcrédito para mais de cinco mil pessoas, com taxa de juros que variam entre 0,5% e 2%, muito abaixo do mercado. E a maior prova é a taxa de inadimplência quase inexistente mesmo com 60% dos empréstimos liberados, em 2012, sendo entre R$ 1 mil e 3 mil reais. Só no decorrer de 2012, para se ter uma ideia, foram liberados 1.146 projetos com um montante de R$ 4.439.807,30 (Quatro milhões, quatrocentos e trinta e nove mil, oitocentos e sete reais e trinta centavos). É um trabalho que merece aplausos e que, por sua qualidade, deve ser incentivado com mais recursos para gerar crédito para as camadas de mais baixa renda.
(*) É doutor em desenvolvimento sócio-ambiental pelo NAEA/UFPª e professor de Economia Internacional da Universidade Federal de Rondônia.
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