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Silvio Persivo

A difícil e necessária convivência com o celular


A difícil e necessária convivência com o celular - Gente de Opinião

Efetivamente, apesar da minha idade, sou um fã de novidades e de tecnologia. Regularmente escrevo sobre economia criativa e sobre Inteligência Artificial, além de me interessar pelo assunto e tudo que diz respeito ao futuro. Claro que tenho minhas limitações, mas sou capaz, por exemplo, de usar o Chat GPT ou Perplexity Ai sem problema algum e considero indispensável ter um smartphone. Até mesmo, em alguns momentos, relaxo e uso demais que até amigos reclamam que não largo o celular-o que é uma bobagem. Uso o celular de forma saudável. Talvez por influência de um saudoso (e sábio) amigo, Euro Tourinho, que tinha o celular para se comunicar somente quando desejava. Mas, ele não usava nem e-mail, nem Whatsapp nem mesmo teve Facebook. Sou mais moderno, um pouco, tenho tudo isto e também uso, muito pouco, o Instagram e bem mais o Youtube, porém para ver vídeos alheios. Até tentei fazer um canal, mas desisti momentaneamente. Mantenho ainda vários blogs, ou seja, sou um dinossauro semi-digital. Mas, de verdade, tenho uma convivência difícil com celular. Se, por um lado, hoje já não decoro mais coisa nenhuma, principalmente número de outros celulares ou endereços-por conta do celular- também vivo o risco de perder tudo, de uma hora para a outra, por conta de roubo ou perda de celulares. Já tive três roubados, dois perdidos e mais dois pifaram de modo estranho. Ainda assim não posso viver sem ele e adotei uma convivência não tão pacífica, mas necessária. Como leio muito, acesso muito a computador e escrevo regularmente, então também vivo grande parte do tempo desconectado. E estabeleço tempo e horário para acessar o celular- o que nem sempre respeito. Parte porque para me deslocar preciso chamar o 99, o Urbano ou i Uber, parte porque alguém me demanda via whatsapp. De verdade, porém, pelo menos, um dia da semana, em geral no domingo, me desligo completamente para dormir ou assistir futebol. Também não gosto de conversar por celular mais de 5 minutos. Começa a me dar aflição. Nada a haver com a conta, mas ainda gosto das conversas presenciais, de ver e olhar para as pessoas. O olho no olho me parece a forma ainda melhor de manter boas relações. Faço um esforço para manter conversas presenciais ainda que, às vezes, por alguma razão fique tentado a olhar para o celular seja para acessar algum conhecimento, seja para ver o resultado de alguma coisa, como a Megasena, seja porque algo que disseram me despertou a necessidade de pesquisar. Em geral se vou ler, escrever ou aprender algo prefiro desligar o celular. É uma praxe. Não há nada tão urgente que não possa esperar meia hora. Depois, na minha ignorante opinião, embora o celular seja essencial, é para ser usado e não para que me torne um escravo dele. Não há motivo nenhum- no meu parvo entender- para se estar ligado 24 horas por dia. Não sou robô nem banco, logo preciso ter mais qualidade de vida e não quantidade de comunicação. E, talvez, pelo tempo, também seja muito antigo. Ainda sinto necessidade de pensar- e penso até muito mais do que devia- o que me leva a querer ficar em silêncio, ouvir uma boa música baixinho ou até meditar. Sim, ainda medito!!!! Ainda não me sinto totalmente confortável com o celular, é verdade. Mas, sei que desligá-lo muito me faz bem. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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