Sábado, 19 de junho de 2010 - 19h23
Não há jogo fácil numa Copa do Mundo. Afinal mesmo a mais fraca das 32 seleções que vieram para a África não deseja perder e joga, mais ou menos, como todo mundo joga fechando os espaços e buscando antes de mais nada impedir o gol. Assim a declaração do atacante Sneijder, que tirou da Holanda o peso das explicações por um empate zerado com o Japão, com um gol que teve a incrível colaboração do goleiro japonês, de “- É um excelente resultado. Vencemos os dois primeiros jogos. Não importa como jogamos” é perfeita. O Japão é um time aplicado, forte e rápido. Até no último minuto poderia ter empatado e, realmente, quando se joga da forma como se joga atualmente o importante é vencer o jogo e foi o que a Holanda fez. Tem seis pontos e mais uma partida a disputar e está classificada, ou seja, já fez o dever de casa. Só joga contra Camarões precisando de um empate para ser líder de seu grupo.
Por outro lado Camarões de despediu num jogo que, se houvesse mais aplicação e acertasse melhor a pontaria, poderia ter tido um desfecho diferente. Com a vitória por 2 a 1 sobre Camarões, a Dinamarca precisa vencer o Japão para se classificar e mostrou que, quando abandona seu esquema defensivo e parte para a frente é um time perigoso, embora também seus atacantes tenham perdido, pelo menos, dois gols que não se deve perder com todas as chances de ter matado a partida mais cedo. De qualquer forma mostraram força depois que uma bobeada de sua zaga permitiu logo no começo do jogo Etto marcar para os domados leões. A virada, num jogo que poderia ter tido mais 4 ou 5 gols, acabou sendo justa pela eficácia do time.
No outro jogo do dia também o goleiro de Gana andou deixando escapar de suas mãos a jabulani e propiciou mais uma falha horrorosa. O seu treinador, o sérvio Milovan Rajevac defendeu o goleiro Richard Kingson pela falha no gol e culpou a bola, a infame Jabulani, pelo empate em 1 a 1 com a Austrália, afirmando que “- Foi um gol praticamente de graça. Essa bola cria grandes dificuldades porque você nunca sabe a trajetória que ela vai tomar depois de um chute. Ainda mais quando ela bate num gramado molhado, muda de direção e pega mais velocidade. Os jogadores simplesmente não sabem como resolver esse problema. Foi um gol que não deveríamos ter levado”. Mas, levaram e quem olha o lance vê que o goleiro não prestou atenção no que estava fazendo, daí a falha. O problema real que o técnico não pode explicar senão admitindo que seu time não foi lá essas coisas é que passaram 65 minutos com um homem a mais e, se não fosse a também ineficiente capacidade de conclusão dos australianos poderiam ter perdido o jogo. As equipes africanas pecam por concluir muito mal embora sejam habilidosos com a bola nos pés. Nesta rodada o nível dos jogos melhorou muito e saíram muito mais gols tanto que em 22 jogos foram marcados 49 gols com a média de 1,88 por partida quase se aproximando dos dois gols por jogo. E alguns jogos como o dos Estados Unidos com a Eslovênia e Camarões e Dinamarca foram emocionantes e gostosos de assistir com os times jogando para ganhar. Ainda bem.
Fonte: Sílvio Persivo
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