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Silvio Persivo

A MAIOR DÍVIDA DO GOVERNO TEMER


 

Silvio Persivo

Há os que, e são tanto as viúvas do antigo regime sindicalista, como os esquerdistas de plantão, que não dão crédito nenhum ao governo de Michel Temer. Estes somente querem por Temer para fora. Mas, existe a grande massa dos brasileiros que, evidentemente, não tem nenhuma adoração por Temer, porém, entendem que seu governo é o mal menor; que fosse quem fosse colocado, pegaria uma situação muito difícil de administrar, que teria que tomar medidas duras e tentar consertar a maior recessão já herdada de um governo, esta sim, uma herança maldita.

Não é fácil se sair bem numa situação assim, mas, Temer tem sido habilidoso. Claro que não pode ser, nem de longe, o santo que exigem dele, nem o diabo como o pintam. Mas, tem a seu favor que tem procurado tomar as medidas necessárias, ajustar as contas públicas e retomar o crescimento. Neste ponto é que reside sua maior dívida. Entre as medidas que tem tomado muito pouco fez em relação à burocracia. E a burocracia no Brasil é uma praga histórica herdada dos tempos da Colônia da qual nunca nos livramos. Só lembro de um esforço sério do ministro Hélio Beltrão.

A burocracia brasileira é o maior exemplo do processo de Kafka, o escritor. No Brasil existe complexidade para tudo, inclusive para pagar tributos. E o que dizer de empreender? De abrir uma firma? O brasileiro tem uma tendência sim de ser empreendedor, até por necessidade, mas, é sufocado por processos desnecessariamente complicados e demorados. A burocracia brasileira é um imenso buraco negro criado por uma legislação cruel, adminstrada com rigor por abnegados funcionários públicos e privados, em que não se leva em conta os interesses dos contribuintes ou clientes, mas, sim a lei do esforço mínimo, da falta de zelo e da acomodação. Veja o exemplo do imposto de renda. Já é um absurdo ter que se declarar para pagar, pois, é do governo a obrigação de buscar as informações. O pior é que, para se ter acesso a um documento de pagamento, é preciso dar o número do CPF, fazer uma senha, gerar um código que requer os números dos recibos dos dois últimos anos, ou seja, não se leva em conta as dificuldades, nem o tempo das pessoas. Mas, apesar desses supostos cuidados, os dados dos contribuintes vazam...E, muitas vezes, não se consegue pagar o imposto em dia por falta de acesso. E não é só no setor público. Um grande banco, quando se perde ou esquece a senha, não tem jeito de criar uma nova. Só é feita na matriz. Ou seja, é possível se passar vários dias sem ter acesso a sua conta, com seu dinheiro inacessível, por injunções burocráticas. Nem vou falar de reclamações, de telefones, de obter o crédito das milhas que se tem direito e, nem vamos falar do que é necessário para se obter um empréstimo. O mais irônico é que tantas exigências, tanto na esfera pública quanto na privada, surgem sob a desculpa de que são para dificultar as fraudes e os crimes. E, quando esses acontecem, o que se sabe é que, para os criminosos, as coisas correram com uma velocidade que nem se imaginava possível! Na verdade, o que se atesta é que, ao se presumir que todos, em princípio, são criminosos, a burocracia eleva o custo das transações exigindo de todos um preço alto em nome dos desonestos. É um preço alto e uma inversão dos valores democráticos. É claro que o “jeitinho brasileiro” nasceu disto. É tanta exigência que sempre se procura burlar. O Governo Federal precisa, na medida em que não há, no curto prazo, meios de diminuir os impostos, nem baixar o desemprego e os juros, pelo menos, atacar a burocracia para melhorar o ambiente dos negócios. Esta é, hoje, a grande dívida do governo de Temer.

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