Sexta-feira, 25 de novembro de 2016 - 17h20
Silvio Persivo
É, de certa forma, um feito e, visto por outro ângulo, uma grande contradição, que a Alemanha seja o país com maior capacidade de potência fotovoltaica, conversão da energia do sol em eletricidade, instalada no mundo. Lá, que não é um país igual ao nosso, que se destaca pelo sol, os painéis fotovoltaicos estão espalhados por toda parte. Em média por ano, a Alemanha consegue suprir mais de 20% das suas necessidades de eletricidade por produção fotovoltaica.
Há razões sólidas para isto. Em primeiro lugar os alemães, o que inclui, políticos e empresários, compreendem a importância de produzir energia limpa e de reduzir as emissões de CO2, bem como o desastre da Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, o país resolveu encerrar as atividades de suas centrais nucleares, e acelerou o interesse pela produção de fontes renováveis, em especial pela energia do sol. Desde 2.000, o governo oferece subsídios para quem quer instalar placas. E quem paga a conta dos subsídios? Uma sobretaxa na conta de luz de quem não usa energia limpa. Assim o cidadão que gera sua própria eletricidade, além de economizar, ainda vende o excedente para os vizinhos a preços competitivos. Lá deram ao programa o nome de energiewende (guinada da energia), conjunto de ações do governo para reduzir emissões. Com isto o país a aumentou em mais de 300 vezes sua geração de energia solar em cerca de 10 anos e se tornou líder global no quesito-o país possui 36% de todas as placas fotovoltaicas em operação no mundo.
Como se sabe está se tornando cada vez mais fácil instalar este tipo de energia. Mesmo no Brasil já é possível ver painéis solares fotovoltaicos, que são dispositivos compostos por células solares, que captam a luz solar e convertem a energia do sol em eletricidade, instalados em quaisquer superfícies livres como telhados, fachadas e coberturas de estacionamentos. A captação da energia solar vem se tornando cada vez mais viável devido ao aumento da produção mundial desses equipamentos que produzem energia limpa e renovável. O Brasil possui um enorme potencial fotovoltaico. Basta verificar que, onde temos menos sol, o pior grau de irradiação é 40% superior ao melhor local de irradiação da Alemanha. Além disto, nosso país lidera o mercado de exportação de quartzo em pedra, insumo do silício, elemento principal para a produção de painéis fotovoltaicos. Agora isto não avança sem a adesão popular. Sem que as pessoas entendam que o investimento inicial é, relativamente, mais alto, porém, é muito mais rentável ao longo do tempo. O Brasil, os governos estaduais e municipais, precisam adotar a ideia de investir em energia solar. Na Alemanha, no ano passado, foram gastos US$ 17 bilhões com energia limpa. Suja, ela custaria menos da metade, mas, se estima que, se paga muito mais no longo prazo. Nós, de uma forma geral, precisamos nos conscientizar da importância de gerar energia solar. Os governos precisam imitar o da Alemanha incentivando a energia solar num país que é talhado para isto. Sempre fui um entusiasta deste tipo de energia e fiquei muito contente que, aqui, em Rondônia, tenha surgido uma empresa, a Eletrowatt Solar, com o objetivo de suprir a necessidade de elaboração de projetos e instalação de sistemas voltaicos, atuando, de forma até agressiva, para mostrar que é uma boa forma de economizar e que se trata de um investimento melhor que poupança e CDI. É um sinal de que Rondônia, como em muitos outros campos, possui uma tendência inata a inovar e servir de exemplo para os outros estados. Energia solar é, sem dúvida, um campo onde vale a pena investir. E o Brasil precisa que, no curto prazo, os governos, os empresários e a população invistam neste tipo de energia limpa no qual já deveríamos ter um desenvolvimento muito maior.
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