Sexta-feira, 10 de setembro de 2010 - 20h01
Silvio Persivo
Neste mundo atual onde as palavras tomaram rumos semióticos, que podem ser qualquer coisa distante do seu conteúdo original, já nem mesmo sei se existe mais esquerda ou direita, embora, a meu ver, ser de esquerda, mais do que nunca, é lutar por oportunidades iguais e por uma maior igualdade ainda que não seja mais o antigo sonho de criar sociedades planificadas que se transformaram, de fato, em prisões da liberdade política. Ocorre que, no Brasil, há certos eventos que estão se repetindo, sistemáticamente, e sempre em certas oportunidades e jamais contra certos grupos o que não deixa de criar a suspeita fundada que, se não o faz, como grande beneficiário e fiador do poder, teria que, obrigatoriamente, ter outro tipo de comportamento.
Agora mesmo, por exemplo, o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), foi preso em Macapá, capital do Estado, durante a Operação Mãos Limpas, deflagrada pela Polícia Federal (PF). O objetivo da operação, segundo se anuncia, seria o de prender uma organização criminosa, composta por servidores públicos, agentes políticos e empresários, que praticava desvio de recursos públicos do Estado do Amapá e da União. Não faz nem quinze dias tivemos a prisão, em Dourados (MS), de 28 pessoas suspeitas de práticas de fraude à licitação, corrupção ativa e formação de quadrilha, entre elas o prefeito, nove vereadores e cinco secretários municipais. Ora, o que há de estranho em que se prendam pessoas que delinqüiram, que usaram o cargo que deveria ser utilizado em favor do povo para proveito próprio? Em princípio nada. Afinal criminoso, investido ou não, de cargo público é criminoso e, como tal, deve ser enquadrado legalmente. O que é ruim, em ambos os casos, é aspecto deletério que causa aos poderes, bem como a coincidência de que casos assim somente acontecem quando o governo federal se vê, como é o caso agora, as voltas com situações difíceis como a de explicar a violação de mais de 2 mil sigilos fiscais de pessoas a partir da Receita Federal.
O fato concreto é que, apesar do rumoroso caso, o maior escândalo político nunca antes visto neste país, o Mensalão não produziu nenhuma prisão em série, nada de espetacular e, na prática, somente quem pagou o pato mesmo foi Marcos Valério e seu advogados, meros operadores do esquema. Este é um fato concreto: não há petistas presos nem integrantes do esquema da base de sustentação do governo de um escândalo comprovadamente tido como o mais abrangente de nossa história. Este é um lado da questão. Outro é o fato de que os escândalos, e a ação policial, parecem somente ser eficientes quando se voltam contra os estados menos influentes ou os adversários. Por que será que os escândalos só espocam no Distrito Federal, no Mato Grosso, em Rondônia ou no Amapá? Certamente porquê, apesar dos inúmeros indícios de que assim não seja, o governo federal está povoado de anjos. Como a Polícia Federal é eficiente, comprovadamente capacitada, quando não se descobrem aloprados nem violadores de sigilos ou quem realiza determinados vazamentos, a impressão que fica é a de que as prisões e os escândalos espetaculares servem a determinados fins que estão muito longe de serem republicanos.
Fonte: Sílvio Persivo - silvio.persivo@gmail.com
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