Sexta-feira, 11 de novembro de 2016 - 17h21
Li, por problemas de tempo, em duas partes, mas, com sofreguidão o livro de Emanuel Pontes Pinto, “Acriânia-A Revolução do Acre e a Ferrovia Madeira-Mamoré”, que tem como tema norteador a Rebelião Acreana, ocorrida na região dos rios Purus e Acre, entre o final do século XIX e início do século XX, que foi essencial na formação de Rondônia e do Acre, bem como a foram como foram resolvidos os conflitos de fronteira entre Brasil e Bolívia. Pontes Pinto, com clareza e metodologia, foi buscar no desconhecimento do território, que portugueses e espanhóis julgavam-se no direito de possuir, as razões que acirraram uma questão que teve muito mais de econômica, na medida em que o fator real foi mesmo a riqueza derivada da borracha, e os interesses que, de fato, ultrapassavam a região e iam encontrar sua gênese em especial nos interesses norte-americanos.
O livro de Emanuel Pontes Pinto, ao tratar de um tema por tantos já tratado, consegue ser uma bela obra histórica por, graças a uma boa pesquisa e ao conhecimento prático e cultural do Autor, inovar no seu conteúdo pela visão moderna e escorreita que, ao se livrar de fardos meramente factuais ou discussões paralelas, constrói uma história de carne e osso, de coerência que, para a leitura, é, acima de tudo, clara, agradável, fiel aos fatos relatados e de fácil compreensão mesmo para quem não tenha um conhecimento anterior sobre a questão.
É uma excelente retrospectiva histórica que revela o que é essencial: a região se tornou brasileira graças aos nordestinos que migraram para a Amazônia, viraram extratores de látex da seringueira, se estabeleceram nos vales do altos rios Purus, Acre, Juruá e Javari, que, antes eram desabitados, estabelecendo a posse brasileira da região. Ainda que o governo da Bolívia tenha enviado expedições militares contra a revolta acreana, e até mesmo o governo brasileiro não tenha dado apoio aos brasileiros na região, seria uma anomalia submeter toda uma população nacional aos ditames de um exército estrangeiro, pois, povo boliviano, de fato, não havia na região. Aliás, bolivianos existiam mais, abrasileirados, em territórios reconhecidos como brasileiros, como do Estado do Mato Grosso, e estabelecidos como donos de grandes seringais.
De qualquer forma, e de uma forma civilizada, a possibilidade de um conflito, meramente por interesses financeiros externos, foi pacificada com a assinatura do Tratado de Petrópolis, em novembro de 1903, pelo Brasil e a Bolívia. A construção da ferrovia Madeira-Mamoré, no período de 1907 a 1912, originando Porto Velho e Guajará Mirim, uma consequência não esperada dos fatos anteriores. Uma felicidade para nós, brasileiros, que, hoje, vivemos na área.
O fato é que no seu livro “Acriânia”, Pontes Pinto, esclarece com a competência de historiador, os interesses políticos e econômicos europeus que determinaram uma parte importante de nossa história e enriquece, o acervo de produções sobre a Amazônia com uma visão que, não sendo nova, é frutífera em abrir uma caminho vasto para que outros também olhem com um olhar diferente a história renovando os fatos e atualizando a escrita que, no caso dele, é da melhor qualidade. Quem se interessa pela Amazônia não pode deixar de ler.
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