Terça-feira, 31 de maio de 2016 - 14h16
Silvio Persivo
Um comentário ligeiro sobre o documentário acerca de Cauby Peixoto
Na minha infância Cauby Peixoto já era um ídolo. Talvez, salvo Orlando Silva, que também despertou alguma histeria, não tivesse tido antes algum ídolo que despertasse tantas paixões, tantos fãs e fofocas igual a ele. Foi, vamos dizer assim com uma certa relatividade, o Roberto Carlos do passado. Gostava, gosto da voz dele. Há canções que somente mesmo ele foi capaz de interpretar com maestria como foi o caso do seu grande sucesso “Conceição”. Não foi um dos meus ídolos, confesso, que me nutria mais de Carlos Galhardo e depois de Nelson Gonçalves, mas, era impossível não gostar de sua voz e de seu repertório que incluíram grandes sucessos como Blue Gardênia, Tarde Fria, New York, New York e a canção de Chico, que foi uma espécie de marca sua nos novos tempos, Bastidores. Cauby Peixoto foi, sem nenhuma dúvida, o primeiro grande artista pop do Brasil. Foi protagonista de uma história de vida bonita, tortuosa e, até certo ponto, incompleta. Sempre me pareceu que foi uma estrela que não chegou a luzir com todo o brilho que devia, merecia.
Quando me deparei, na Netiflix, com o documentário “Cauby – Começaria Tudo Outra Vez” do cineasta Nelson Hoineff, fui assistir com um misto de curiosidade e, ao mesmo tempo, com uma certa reverência. Afinal a morte recente de Cauby ainda está no ar e na dor dos que sabem que é uma época que se enterrou com ele. Com o olhar crítico que sempre tive a seu respeito, apesar de considerar sua voz belíssima não gostava de seus adornos vocais, sabia que seria um prazer ouvir suas músicas e conhecer um pouco mais de sua história. A verdade é que fiquei frustrado sob estes aspectos. Hoineff não explorou bem a biografia de Cauby, nem sua discografia, penso, da melhor forma. É verdade que se revela um esteta, quando a câmera passeia e pega certos momentos do cantor, porém, senti falta de um esclarecimento melhor sobre a vida do cantor e de alguns momentos memoráveis que, certamente, deve ter registro. Sei que, às vezes, também são as limitações de direito e orçamentárias, todavia, mesmo assim, como teve acesso ao biógrafo Rodrigo Faour poderia ter dado uma visão mais rica da vida do grande ídolo. Inclusive, mesmo que ele não quisesse falar, seria preciso dar um tratamento mais claro de sua vida amorosa, de suas experiências que são, apenas roçadas, com alusões até do cantor sem clareza, porém. Não que esteja se pedindo uma confissão ou intimidades, mas, quais as pessoas que amou, quem o acompanhou pela vida, enfim, os amigos e os amores que não aparecem no filme. Há, inclusive, uma citação de que "reprimiu-se a vida inteira", o que mereceria um tratamento melhor, mesmo que confeitado. Afinal qualquer que fosse sua opção não eliminaria uma trajetória fulgurante nem afetaria o seu valor artístico ou pessoal. O fato é que as figuras queridas de Cauby não ficam claras e quando aparecem, ficam sem um enquadramento que clarifiquem sua importância. Hoineff, pelo que soube, justificou que “Cauby é muito fechado”. Sem dúvida era, de vez que protegeu a sua intimidade a vida toda, mas, um documentário sobre ele, a meu ver, teria que ter mais conteúdo sobre sua vida e carreira. Isto não invalida em nada o filme. É um belo filme, sobre um grande ídolo brasileiro e, até pela falta de outros registros, vale a pena assistir. No entanto, creio que se fosse Hoineff faria, pois, deve ter material, um outro documentário que fosse menos “fechado”. O filme é uma beleza sob o ponto de vista de se ver um grande ídolo até o fim desejando permanecer no palco, todavia, parece, como a própria vida de Cauby, com um roteiro incompleto, ainda como uma estrela que não revela toda a sua luz.
Ilustração: www.nivelepico.com
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