Terça-feira, 29 de novembro de 2011 - 12h20
É impressionante a falta de noção de tempo das oposições brasileiras e, com certeza, deve ser poristo que, com sua notável habilidade política, Lula passeou sobre seus opositores. O ex-candidato tucano José Serra no 7º Congresso Paulista de Jovens Empreendedores, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), citando indicadores econômicos e sociais, diz que o Brasil ainda é pequeno: "O Brasil ainda é, no contexto da economia mundial, por incrível que pareça, um país pequeno".
Bem, quem tem um pouco de conhecimento internacional, sabe muito bem disto. E os dados citados por Serra de que o Brasil representa 3% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, 2% do comércio mundial e ficou na 75º posição em renda per capita não deixam dúvidas. Fora que, nos grandes jornais internacionais, costumamos, fora quando são plantadas matérias louvativas, estar tratados como o são o Vietnã, a Tailândia, o Curdistão, o Casaquistão e outros países exóticos. Lá fora o Brasil é carnaval, bola e bunda. O suposto crescimento da presença internacional do Brasil, com todas as suas viagens, é uma mistificação, como comprovam os dados. Em 2002, apontou Rubens Ricupero, com propriedade em artigo, o nosso comércio internacional representava 2,2% do mundo, hoje, é só 2%, logo...
Serra, um respeitado nome na área da economia, não discutia nunca os dados econômicos do governo. Não desfez a campanha constante de marketing que criou um Brasil, mesmo sem mudar nada de essencial, diferente do passado. Tanto ele como Aécio e as oposições, com o poder que tinham, foram omissos e deixaram que Lula dissesse o que queria, pintasse a realidade com as tintas que desejava e ficaram calados até diante do absurdo do ex-presidente ter alardeado que havia liquidado a dívida externa. Este aparente crescimento da importância do país, aliado com a expansão do crédito, o bolsa família expandido, gerou o bem-estar econômico que repousa no crescente endividamento das famílias, mas, deixa a população feliz e cria a ilusão de uma expansão da classe média que não existe, embora exista o crescimento do consumo, não foi combatido por ninguém. Agora, quando o modelo está se esgotando é que Serra vem combater. Pelo menos, para ele, parece muito tarde. Posso estar enganado, porém, sua ausência, a falta do timing certo, o eliminou da capacidade de dar grandes voos. Será um excelente palestrante certamente, mas, tende a ficar fora do centro do poder da política nacional.
Fonte: Blog Diz Persivo
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