Segunda-feira, 12 de dezembro de 2011 - 12h27
A grande realidade é que somente pelo trabalho duro, pela atividade diária de construção das coisas e, no caso das pessoas e do país, pela educação, pelo aumento da escolaridade, pode haver progresso, no entanto, nossa economia é ditada pelo predomínio da ideia do capital, ou seja, o pensamento de que quem tem recursos está mesmo centrado em quantos por cento uma aplicação gera (embora não gere nada se não for aplicada em capital produtivo, ou seja, num negócio que crie serviços ou produtos). O maior problema brasileiro, no momento, é este. O governo de Dilma Roussef, mesmo com o crescimento nulo do Produto Interno Bruto, no 3º trimestre, vacila entre atender os interesses dos mercados financeiros dos quais depende para rolar a dívida e as necessidades de políticas que estimulem o crescimento, mas, como é natural, impactem sobre os spreads e juros absurdos que as bancas cobram. Embora com sucessivas quedas da taxa Selic o que se observa é que, utilizando o espantalho da situação externa, os juros brasileiros continuam a ser um dos mais altos do mundo favorecendo as atividades especulativas e dificultando a vida de quem precisa produzir.
É um falso problema colocar que fortalecer o mercado interno depende das condições externas. Aliás, a melhor forma para se preparar contra uma crise global sempre foi buscar tornar o ambiente interno melhor o que não se irá conseguir desestimulando os empresários e sem uma perspectiva otimista sobre o futuro. O nosso caminho para o futuro, além de deixar de fazer o discurso da educação e educar de fato, é o de criar um projeto de país o que passa por fazer menos propaganda e investir mais em programas e projetos que funcionem como uma correia de transmissão para muitas cadeias produtivas que precisam ser energizadas. Os recentes picos de crescimento do país tem se alicerçado nos investimentos em infraestrutura e construção civil que se demonstram fortes meios de ativar a economia.
A desindustrialização do país, que por mais que neguem, é evidente, se efetua por conta da dificuldade do nosso ambiente de negócios. A agenda de modernização que impunha as reformas tributária, trabalhista e a desburocratização esbarraram nos vícios políticos e, infelizmente, a competitividade brasileira acabou ficando restrita ao agronegócios a alguns outros poucos setores. Não há milagre a ser feito quando temos como melhor e pior parceiro a China. É preciso que, além de medidas pontuais como a redução de impostos, se adote medidas que visem, efetivamente, recuperar a competitividade do país e mesmo que não se façam as reformas, paulatinamente, se criem as condições de modificar o nosso ambiente de negócios. Não se pode enfrentar o novo se aferrando ao passado. É indispensável que o país avance o que não será feito sem um esforço real de mudança. Sem que se deixe de empurrar os problemas com a barriga.
(*) É economista e doutor em Desenvolvimento Sustentável.
Fonte: Sílvio Persivo - silvio.persivo@gmail.com
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