Sábado, 4 de junho de 2011 - 08h05
Palocci depois de muito se esconder apareceu em entrevista nacional para se explicar. A explicação dele foi, no mínimo, evasiva e, no máximo, incompleta. Nem a santa mãezinha dele há de se convencer com a conversa de que está resguardando seus ex-clientes. Infelizmente, a grande verdade é que quem está na arena pública, quem, como o ministro, tem, e teve, uma grande parcela de participação no governo não pode, nem deve, igual a ele fez, pedir que acreditem na palavra dele esquecendo, como ele fez questão de se esquecer, que o problema real é que seu patrimônio teve um ritmo milagroso de crescimento, vinte vezes em alguns parcos anos. Não será com as palavras, por mais suaves e maneirosas que sejam, que ele irá escapar de uma cobrança não somente da oposição, mas, mais ainda de seus pares que cobram dele a conta da torre de marfim em que o governo vive ignorando os pedidos e as cobranças.
A verdade é que a situação de Palocci fica ainda mais difícil pelas suas próprias palavras. Ao dizer que “não existe crise” no governo (uma meia verdade na medida em que o ministro mais poderoso do governo Dilma Rousseff estar sendo acusado de enriquecimento ilícito atinge o centro do governo) e negar o que se sabe que houve (a tentativa de troca de uma posição mais amena em relação a ele por mais maleabilidade em outras matérias) o ministro colocou a cabeça no pelourinho, pois, se a crise não é do governo a solução mais simples é colocá-lo para fora. Não é tão simples pela razão clara de que é Palocci um verdadeiro anteparo do gênio pouco político de Dilma. Sem ele, certamente, ela ficará mais exposta e mais vulnerável. E o governo, e Palocci, já tentaram de tudo, inclusive o jogo duro contra Temer, para esgotar o assunto sem conseguir. Não conseguirão. O faturamento rápido da consultoria de Palocci é pouco provável até mesmo para um reconhecido expert em economia como Delfim Netto, daí, ser um problema de psicologia: só Freud explicaria a repentina bondade dos empresários com o ministro Chefe da Casa Civil.
E se a coisa podia ficar pior, creiam, ficou. Com a declaração do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, de que “Nós não dependemos do Congresso para seguir trabalhando”, até a base aliada se arrepiou porque o Executivo tem muitos poderes. Demais, até, e pode mesmo sem apoio do Congresso fazer muita coisa. Mas, a declaração não ajuda nada e aumenta a necessidade de cobranças inclusive pelo próprio PT. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), considerou "insuficientes" as explicações dadas pelo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, em entrevista ao Jornal Nacional. "Se há alguma explicação, o ministro não quis ou não pode dar. Isso só reforça a suspeita de que cometeu tráfico de influência. O melhor para o país é o seu afastamento", disse o líder do PSDB. O PT, como sempre, vai dizer que explicou tudo, mas, já discutem a reformulação da articulação política do Planalto. Com estas explicações que nada acrescentam Palocci parece, ao que tudo indica, que está mesmo com os dias contados.
Fonte: Sílvio Persivo - silvio.persivo@gmail.com
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