Quinta-feira, 19 de junho de 2014 - 18h56
No, até agora, jogo mais emocionante da Copa e, sem dúvida, disputado com empenho e entusiasmo pelas duas equipes, o “matador” Luis Suárez comprovou que é, de fato, no momento, um dos mais mortais artilheiros do mundo. Num jogo em que a posse de bola esteve 62% do tempo com os ingleses, a garra e a competência uruguaia voltaram num jogo onde a Celeste parecia outro time e, mesmo imensamente pressionada, soube tornar a fraqueza em força. Pode-se dizer que, de outra forma, houve um Itaqueraço nos ingleses. Suárez fez o que sabe fazer melhor e foi o bastante.
De fato foi um jogo muito nervoso. As equipes sabiam que era um jogo de vida e morte e jogaram com alma. Logo no começo Godín, aos 8 minutos, cortou uma bola na frente da área com a mão e recebeu o amarelo. Rooney cobrou no canto direito, Muslera não se mexeu, mas a bola raspou a trave. O Uruguai respondeu aos 15 com uma bomba de Cristian Rodríguez que saiu por cima do gol. O time trocava passes sem muita inspiração, mas, marcava muito bem as movimentações inglesas onde se destacavam Sterling na ponta direita, Welbeck na esquerda e Rooney centralizado, mais próximo de Sturridge, porém, sem conseguirem ser efetivos nas proximidades do gol. Por ironia dos deuses do futebol, quando os ingleses pareciam começar a gostar do jogo, mal tinham acabado de quase fazer um gol, apareceu a chance de um contra-ataque que começou com Álvaro González, Lodeiro acionou Cavani na esquerda. O centroavante esperou Suárez entrar na área pelas costas de Jagielka e cruzou com açúcar para Suárez pegar no contrapé o goleiro Hart e abrir o placar, aos 37 minutos. E nada mais aconteceu até o segundo tempo.
Quando se esperava que a Inglaterra voltasse com tudo, de fato, quem veio foi o Uruguai que, perdeu duas boas oportunidades nos seis minutos iniciais. Os ingleses, logo depois, começaram a querer mandar no jogo e Rooney apareceu, aos 8 minutos, depos que Baines cruzou da esquerda, para chutar de canhota. Muslera defendeu o chute à queima roupa. Aos 16, o lateral uruguaio Álvaro Pereira ficou desmaiado em campo. O joelho de Sterling numa jogada sobrou no seu rosto. Mas, Pereira acordou, e brigou com os médicos para seguir no jogo, voltando cheio de vontade e mostrando a disposição do time em relação ao jogo: de ambos os lados ninguém queria perder. A Inglaterra estava um pouco melhor e tomou conta da partida empurrando, nem sempre com muito talento, o Uruguai para seu campo defensivo. O jogo era do ataque inglês contra a defesa e o time celeste passou a esperar um contra-ataque para fechar a partida. E, de tanto procurar, o empate veio aos 30 minutos. Glen Johnson driblou Godín na direita e cruzou rasteiro para Rooney só tocar para o gol. E foi para cima tanto que, dois minutos depois, Muslera teve que salvar o Uruguai num chute de Sturridge, após girar em cima de Godín. O jogo ficou mais emocionante e mais aberto com o perigo de um contra-ataque e um gol de qualquer lado. O dia, porém, era uruguaio e de Luiz Suárez. Tanto que Muslera deu um balão, Cavani disputou com Gerrard, que raspou de cabeça na bola para esta cair limpa para Suárez disparar até a área pela direita e soltar uma bomba na saída de Hart. O gol da vitória. Um gol de um autêntico matador que selava a sorte inglesa. Não houve tempo de fazer mais nada contra um Uruguai que colocou o coração na ponta da chuteira. Estava escrito que Suárez voltaria para ser o carrasco dos ingleses.
Fonte: Blog “Um Estranho no Ninho” (http://spersivo.blogspot.com.br/).
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