Quarta-feira, 13 de outubro de 2010 - 15h40
A queda da candidata petista, que, segundo as pesquisas internas dos partidos está se acentuando, tem razões muito sólidas. E elas se situam na mudança de uma parcela significativa da classe média que despertou para o fato de que Dilma não é Lula, que vinha sendo apresentado como se fosse o candidato, bem como ela, efetivamente, não é uma garantia de continuidade nem de melhoria da vida, na medida em que quem está do seu lado são pessoas como Erenice Guerra e José Dirceu, que saíram do governo envolvidos em escândalos. Assim dançou a estratégia de esconder a candidata, e Lula aparecer, quando passou a ter o 2º turno. Razão também pela qual a Dilma do primeiro debate foi obrigada a se comportar diferente e mostrar, com sua agressividade inata, que nada tem da senhora bem comportada e bem composta do marketing , o que parece estar agradando cada vez menos, daí o sangramento que só não ocorre com os ideologicamente contaminados.
A situação desta eleição tende a ser decidida por uma margem muito estreita de votos na medida em que, se olharmos para o 1º turno das eleições presidenciais de 2006, veremos que Lula venceu na Região Norte e Nordeste, mas, perdeu no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Lula venceu em 16 Estados; Alckmin, em 10 Estados e no Distrito Federal. Agora no atual primeiro turno Serra venceu apenas em oito Estados, Dilma foi vitoriosa em 18 Estados e Marina venceu no Distrito Federal. Ou seja, o PT venceu nos mesmos16 Estados em que Lula havia vencido em 2006 e, mais, no Rio Grande do Sul e Goiás. Ou seja, apenas três unidades da Federação não repetiram o mesmo partido vitorioso em 2006 e 2010. É uma situação que, no momento atual, favorece em muito Serra porque tem muito espaço para ganhar votos em São Paulo, Minas Gerais e em mais três estados importantes. Também os votos de Roussef, quando analisados por escolaridade e renda, são proporcionalmente mais altos nos estratos de mais baixa renda e escolaridade, e caem na medida em que sobem a renda e a escolaridade. O padrão de Serra é diametralmente oposto: maior nos estratos superiores e menor nos estratos inferiores. Assim, como a renda e a escolaridade são, em grande parte, concentradas na Região Nordeste, que já não pode oferecer muita base de crescimento para a candidatura petista, o normal é que haja uma reversão significativa dos votos nas áreas de renda média e alta. É verdade que esta reversão em certos Estados e regiões do País, em especial no Nordeste, será bem menor por causa da ampla distribuição de Bolsa Família, que faz diferença na hora das classes mais baixas votarem por associar a melhoria à Lula, porém, é a inação do governo na área de educação, saúde, que o presidente teve o desplante de dizer que é de 1º mundo, da segurança e da infraestrutura que pesa. Associados a estes problemas temas como o da corrupção, da impunidade e o comportamento claramente dúbio da candidata em relação ao aborto fizeram o resto. A virada parece estar se configurando, na medida em que Lula não é candidato e sua candidata parece cada vez menos com o marketing que fizeram dela. Parece o oposto da propaganda de certo veículo que dizia que quem conhece confia. E quanto mais fala mais se desconfia.
Fonte: Sílvio Persivo - silvio.persivo@gmail.com
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