Domingo, 20 de junho de 2010 - 10h50
A segunda rodada da Copa do Mundo está tornando mais emocionante o evento. Como são 32 países na primeira fase só a metade se classifica e a outra metade volta, logo, obriga que os times fiquem mais ofensivos se querem continuar. Depois, nas oitavas, a coisa fica pior ainda que é só jogo mata-mata e segue em frente quem for melhor ou tiver sorte. Sorte sim. Todo mundo sabe que a Copa é uma roleta russa e que nem sempre a melhor equipe conquistou o título. É por isto e, em especial, por ter se consagrado alguns times maravilhosos que futebol bonito não ganha (o que nem sempre é verdade), que se adotou o tal do “futebol de resultados” que prefere uma pernada dada na hora certa a habilidade que supera os obstáculos e faz o espetáculo dos jogos. Daí o saudosismo de seleções antigas que apresentaram um futebol maravilhoso como a Hungria de 1954 ou a Holanda nas campanhas de 1974 e 1978 e o Brasil de 1958, 1970 e 1982. Hoje o futebol é o da força, da correria, das muitas faltas e da falta mesmo de habilidade de muitos jogadores.
Então o que se vê, com os primeiros resultados na África do Sul, é que falta beleza e gols. Poucas jogadas bonitas, poucos gols bonitos, poucos craques mostrando um jogo excepcional e a predominância absoluta da ditadura tática imposta pelos técnicos que está se sobrepondo à criatividade dos jogadores. Somente se espera alguma coisa de uns poucos craques que podem fazer diferença como Messi, Rooney, Cristiano Ronaldo, Kaká, Robinho e outros que são a esperança de algum brilho, de jogadas de excelência numa Copa de igualdade. De qualquer forma o futebol é surpreendente, a bola, ainda mais uma safada como a jabulani, é cheia de caprichos, portanto, surpreendendo e arrebatando e, quando menos se espera, fazendo a zebra desfilar nos gramados. As grandes vitimas, até aqui, foram mesmo a Alemanha que perdeu por um a zero para a Sérvia e a Espanha que perdeu pelo mesmo placar para a Suíça. Hoje, com o Paraguai fazendo 2x0 na Eslováquia, uma goleada em termos de placar nesta Copa, a Itália foi colocada no corner por precisar fazer dois na Nova Zelândia, o que pode não ser tão fácil quanto parece. Também a posição do Brasil, no outro jogo de hoje, é delicada. Precisa ganhar ou pode ter o dissabor de ser eliminado se empata e os outros ganham de mais de um da Coréia do Norte. Como tudo é possível, porém, a própria Coréia do Norte pode surpreender, ou seja, o risco que corre o pau corre o machado. O que não se pode esquecer, ainda mais nesta Copa, que cada jogo é um jogo. Muitas vezes o que parece fácil se torna difícil e o que parecia ser difícil é mamão com açúcar. Espero que seja assim para o Brasil, hoje, contra a Costa do Marfim. De qualquer forma não se pode ser campeão do mundo sem coragem e sorte para vencer. Que nossas chuteiras sejam iluminadas pelos deuses do futebol. E que Luiz Fabiano desencante.
Fonte: Sílvio Persivo.
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