IMPEDE QUALQUER QUEDA NAS TAXAS AO CONSUMIDOR
Apesar de ser importante como indicador de que a inflação tende a baixar e propor uma nova trajetória para o futuro, na verdade, a queda de 0,25% na taxa básica de juros, a Selic, adotada pelo COPOM do Banco Central na quarta-feira, não deve ter, pelo menos no curto prazo, um efeito significativo. Na prática, para o consumidor, seja nos empréstimos bancários, seja nos financiamentos para compra de bens, será nulo. Para especialistas, a inadimplência, que continua em níveis muito elevados, impede qualquer queda nas taxas ao consumidor neste momento. É o que afirma, por exemplo, Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac), ao dizer que "A inadimplência responde por cerca de um terço das taxas cobradas dos empréstimos ao consumidor". E complementa ao lembrar que o maior risco de calote deriva da crise na economia e das empresas que são alvo da operação Lava Jato, o que fez os bancos aumentarem as reservas para cobrir a inadimplência. E este risco que foi embutido nas taxas ao consumidor. Isto é visível, segundo ele, quando se compara a evolução, por exemplo, da taxa de juros do comércio com a Selic. Entre julho de 2015 e setembro deste ano, enquanto a Selic ficou estacionada em 14,25% ao ano, a taxa de juros de lojas deu um salto. Era 131,10% ao ano em julho de 2015 e subiu para 158,61% ao ano no mês passado. O que explica o avanço da taxa no balcão da loja, mesmo com a Selic estável, é o maior risco de calote.
Fonte: Blog Diz Persivo