Domingo, 26 de dezembro de 2010 - 09h31
Bem, meus amigos, há quem diga que o Natal é uma data massacrante. E não deixa de ter lá suas razões. Começa pelo fato de que, em outubro, passado o Dia das Crianças, já começa a aparecer Papai Noel de todo lado e, convenhamos, não existe figura mais deslocada entre nós do que Papai Noel. Sempre fico com pena de quem é contratado para fazer este personagem que, com tanta roupa, corre o risco de insolação e, ainda mais de barba, pode acabar com um fedor acre que só não espanta as criancinhas porquê, em geral, elas nem estão aí mesmo para sujeira. E me incomoda também que as roupas, como acontece com as àrvores de Natal e os enfeites, são guardadas e ressuscitadas, de forma que o Natal de hoje parece o do ano passado. E o dinheiro? Sempre falta dinheiro no Natal. Não me lembro um fim de ano, apesar das maravilhas que dizem dos atuais, onde o dinheiro sobre. Sempre fico com uma certa sensação de idiota, de que, durante o ano, não fiz o que podia, ou devia, para estar de novo assim e para ter mais dinheiro e poder dar mais presentes. Como o Falcão já dizia que “Dinheiro não é tudo, mas, é 100%” me rendo à evidência de que a falta dele me faz assim triste no Natal, no fim de ano.
Deixemos, porém, de ser materiais. Há outras razões fortes para me sentir triste no Natal. Entre elas, o fato de que sou mesmo muito sensível. E, neste quesito, muitos o são. Muitos terão seus motivos para ficarem reflexivos e emocionais por causa do Natal. É inevitável que, nesta época, se pense nos natais passados. No tempo em que meus pais eram vivos, na mesa larga e farta de uma Fortaleza que não existe mais, dos meus irmãos e suas brincadeiras, de um tempo no qual a missa era o ponto alto da festa e a ceia uma confraternização complementada pelos presentes e pela alegria. É certo que algo desta alegria, desta mágica, desta realidade foi perdida, além dos meus pais. O Natal, para mim, queira ou não, tem um certo gosto de saudade, uma certeza de que jamais será o mesmo.
Talvez, como me explica, uma amiga religiosa, meu problema seja a falta de fé. Ela me explica que, sendo imagem e semelhança de Deus, já sou perfeito (embora não seja esta sensação que sinto) e que não percebo que minha desconexão com Deus é que gera a ilusão de separação e, por conseqüência, todos os problemas que enfrento. E ao falar da fé verdadeira preconizada por Jesus, a fé do tamanho de um grão de mostarda, que remove montanhas, ela me incita a restabelecer a conexão cósmica com Deus. Na fé verdadeira há a gratidão total e absoluta pela conexão com Deus. Tudo muito bom, mas, fé não é como televisão, que é só encontrar o botão e ligar e sintonizar no canal. Não encontro em mim tanta fé assim por mais que procure o canal. Será por isto que me sinto triste no Natal?
Talvez não tenha encontrado o verdadeiro sentido do Natal. Natal representa o nascimento do homem que deu a vida por nós, que passou o que ninguém jamais passou pra salvar aqueles que o crucificaram. Natal é o nascimento daquele que mais nos amou- me dizem. A mensagem é linda. O sentido também, mas, não me toca. Jesus, para mim, é uma figura mítica, uma Atlântida religiosa. A prova de que os homens também fazem seus deuses. Enfim, curvo-me à certeza de que há muitas razões para se sentir triste no Natal. Este ano tive uma razão mais prosaica. Não sei o que comi ou, talvez, tenha sido uma virose. Sei que adoeci, mal comi e não bebi e, para um hedonista, um Natal assim é sempre motivo de tristeza. Espero que o seu Natal tenha sido ótimo por muitas outras razões também. De qualquer jeito, dizem que Natal para ser direito, tem que ser planejado. Vou planejar o próximo.
Fonte: Sílvio Persivo
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