Sábado, 30 de outubro de 2010 - 20h54
(Notas sobre a Onda Azul ou a insurreição eleitoral silenciosa)
Quem quer que acompanhe a imprensa, a mídia, os “especialistas” e os institutos de pesquisa fica consciente de que a cada mês, a cada semana, a cada dia, Lula da Silva aumenta sua popularidade tanto que, desde antes das eleições, as previsões, as profecias, as certezas dogmáticas enunciadas pelas mais variadas áreas anunciavam um desfecho inequívoco para a eleição presidencial: a vitória arrasadora de Dilma Rousseff no primeiro turno e o desbaratamento de qualquer tipo de oposição num triunfo espetacular, na consagração do lulo-petismo e a vitória de um suposto projeto de poder popular contra “tudo o que aí está”, contra as “elites opressoras” que, dizem os inventores desta nova realidade maravilhosa que não enxergamos, dominaram o Brasil durante 500 anos. Também agora dizem que é fatal, que os “votos estão cristalizados” já elegeram sua candidata, embora estejam receosos de anunciar a festa da vitória.
O problema é que a ficção deles é uma e o Brasil real é outro. O Lula e a Roussef que costumam ser consagrados nas pesquisas tiveram sua ficção de “maioria esmagadora” desmentida quando confrontada com a realidade. Nas urnas a realidade foi outra: votaram em Dilma 47.651.434 eleitores, de um total de 135.804.433, ou seja, apenas 35,08% do eleitorado. Onde estão os mais de 80% de popularidade de Lula? E não se pode negar que, de forma escandalosa e ilegal, usou e abusou do que lhe foi permitido e não foi, ao ponto de afirmar vergonhosamente para um presidente em exercício que “Quem vota em Dilma, vota em mim”. Não votaram nele.
Nem se pode alegar que Lula é popular, porém, não transfere votos. Sua candidata é denominada por muitos de “candidata-poste”. Em um país com instituições fortes não teria a mínima condição sequer de se candidatar e todos os “especialistas” afirmam que ela está sendo carregada nas asas da popularidade de Lula. È verdade que boa parte dessa votação da candidata petista foi impulsionada pelos programas sociais como o Bolsa Família, já qualificado como o maior programa de compra de votos da história nacional. Os estudos sobre a coincidência das áreas do País beneficiadas pelo programa social do governo Lula e as zonas com maiores índices de votação de Rousseff não deixam dúvida, são inequívocos na demonstração de que onde há pobreza, miséria e atraso intelectual, o governo Lula está bem graças aos programas assistenciais. Não há dúvida de que, se Roussef ganhar, ganhará com os votos das pessoas sem instrução e de menor renda, ou seja, será um governo escolhido pelos menos capazes de escolher. São os fatos que demonstram que o PT de hoje é a Arena de ontem: só o assistencialismo, o clientelismo e o apoio dos caciques regionais lhe dão sustentação.
Nesta reta final os institutos, os mesmos que nos dois últimos meses diziam que a eleição estava liquidada no primeiro turno, dizem que a petista vai ganhar. Porém, quem sabe o que é pesquisa sabe que as destes institutos não são científicas e há indícios, confessado pelo próprio Ciro Gomes, de que são suscetíveis à manipulação. Erraram em mais de 10% no primeiro turno e nenhum detectou com precisão a vontade do eleitor. Minha impressão é que o a cabeça dos brasileiros é bem diferente e muito melhor do o que a imaginam o mundo político, sobretudo, certos setores da esquerda, os marqueteiros e jornalistas. Considero que, com toda publicidade maciça, com todo direcionamento, com toda a manipulação, vamos assistir a uma insurreição eleitoral neste domingo e a comprovação de que há um divórcio profundo entre o Brasil oficial cor de rosa e o Brasil pensante, profundo, que sabe que nossos problemas de educação, saúde, segurança e infraestrutura estão muito longes de serem resolvidos e que não é verdade que estamos num novo Brasil. Só pintaram a fachada, mas, esqueceram de fazer as reformas que estabeleceram um novo caminho para um País melhor.
Fonte: Sílvio Persivo - silvio.persivo@gmail.com
Gentedeopinião / AMAZÔNIAS / RondôniaINCA / OpiniaoTV
Energia & Meio Ambiente / Siga o Gentedeopinião noTwitter / YouTube
Quando chega o fim do ano, por mais difícil que a vida esteja, as esperanças são renovadas. Até quando se pretende negar sempre colocamos uma boa ca
Acordo Mercosul-EU e seus efeitos
Nesta última sexta-feira (6) foi anunciado o acordo comercial firmado entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro comemorou o fato com
Que tempos não são difíceis? Há tempos que não o são? Sei lá. Sei que é difícil viver em qualquer época e, como não vivemos as outras, a nossa sempr
Os prováveis efeitos negativos de uma jornada menor de trabalho
Na imprensa, e entre os adeptos de soluções fáceis para os problemas sociais complexos, ganhou imenso espaço, e a adesão espantosa e, possivelmente,