Domingo, 10 de fevereiro de 2013 - 05h49
Silvio Persivo (*)
É um fato que, no Brasil, com todos os avanços que existem e um crescimento imenso do comércio eletrônico, a grande verdade é que ainda estamos muito distante das mudanças que já ocorrem nos Estados Unidos com os e-books ocupando um significativo espaço e, obrigando a repensar o livro e sua forma de leitura. Não se pode negar, porém, que o advento da internet, com a invenção e o desenvolvimento de novas plataformas de leitura na primeira década do século XXI, como os leitores eletrônicos e os tablets, tornou mais do que inevitável a questão de modificar a forma como se edita, como se distribui, o formato, a plataforma e o meio de atrair o leitor.
Não creio que os livros deixem de existir, pelo menos no horizonte temporal dos próximos cem anos, entretanto, o impacto da evolução que já sentimos o fará, inevitavelmente, mudar. Muitas editoras respeitáveis desaparecerão no processo por não se adaptarem as mudanças dos hábitos dos leitores, e de inovar, seja na aquisição e tratamento de novos títulos, como na sua edição, na distribuição, no marketing e na comunicação. As distribuidoras, com certeza, sofrerão um golpe com o crescimento das venda de e-books. As livrarias tradicionais, que já sofrem com as mudanças, terão que mudar sua forma de ser ou minguarão sensivelmente, como já aconteceu com as lojas de músicas e videolocadoras.
Ainda assim penso que as livrarias não desaparecerão. Há espaço para que evoluam na medida em que, por exemplo, o conforto de assistir um filme em casa retirou de quem o alugava um alternativa da orientação do lojista, bem como a possibilidade de assistir filmes interessantes graças ao gosto alheio, que era possível descobrir pelas retiradas ou pela recomendação de outras pessoas que se encontrava nas videolocadoras. Lembro que assisti diversos filmes excelentes, a partir de tais contatos. Assim sair, para uma loja de vídeos, músicas e, muito mais ainda, para uma livraria, com mais razão ainda, pode ser uma experiência enriquecedora e uma forma de convívio social sem a qual se cria um vazio para troca de opiniões. E, no caso, do livro, cujo consumo, e a fruição, requer um maior investimento emocional e tempo, ir a livraria é também uma forma de explorar as opções existentes e ouvir opiniões de outras pessoas sobre as obras. O livro leva mais tempo para ser comprado e consumido, de forma que o futuro das livrarias passa por oferecer alternativas, além dos livros, que tornem o local de comprar livros um ponto de encontro e de lazer. É verificável que muitos leitores preferem encomendar livro, logo, via internet ou fazer o download direto do e-book para o seu leitor eletrônico, se tem um. Porém, a maior parte ainda gosta de visitar a livraria para adquirir os seus livros. E, se a livraria for competente, fornecendo bons preços, serviços eficientes nada substitui ainda o prazer de manusear os livros, de olhar as capas, de sentir o cheiro do papel, da tinta, de falar com o livreiro ou o autor num lançamento, de conseguir um autógrafo ou mesmo uma dedicatória, de conversar com outros leitores. Há quem defenda o ponto de vista que o manuseio de um livro é mais envolvente que o de um CD ou de um DVD, e que, talvez por isto, os e-books levem mais tempo para serem aceitos e, para alguns, nunca conseguirão suprir o mercado por completo. Mal comparando, mas, com uma dose aceitável de razão, lembram de que os discos de vinil regressaram depois de quase terem se extinguido com o aparecimento do CD, e pareciam ter ficado para trás com a explosão do digital. Sem entrar no mérito da discussão folhear um livro é uma experiência diferente de ler na forma digital e, talvez, leve décadas para os consumidores se acostumarem com este tipo de leitura.
Não tenho dúvidas, porém, que o e-book é o futuro e que se precisa avançar na sua utilização, mas, cabe aos empresários do setor repensar o futuro das editoras e livrarias. Ambas, para sobreviver, terão que se adaptar a uma nova dinâmica com a oferta de novos serviços e o a qualidade do atendimento e a diferenciação que precisarão ter é essencial para moldar um novo formato sustentável. As livrarias terão que ser mais do que um polo de encontro de livros e terão que se transformar num ponto de encontro de lazer e de alternativas onde as palavras terão seu espaço como parte de um convívio cultural e social.
(*) É professor de Economia Internacional da UNIR com Doutorado em Desenvolvimento Sócio-Ambiental.
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