Sábado, 17 de agosto de 2013 - 17h28
Silvio Persivo(*)
Longe de mim ser bíblico, mas, reconheço na bíblia uma fonte de grandes lições. Em especial gosto muito de “"Não julguem, para que vocês não sejam julgados” (Mateus 7:1) e de “Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu?”( Mateus 7:4). Estes trechos me parecem muito oportunos numa época em que, vejo, especialmente no Facebook e na internet, a despreocupação com que as pessoas julgam os outros, mesmo aqueles que não conhecem, o que, aliás, se estende para a vida cotidiana. Há, por conta até mesmo do rebaixamento da cultura e dos costumes, uma falta de senso em dizer e escrever certas coisas que, no passado, fariam corar um frade de pedra.
Dizem que sou muito crítico. Devo ser, embora pense que não, mas, somos péssimos julgadores de nós mesmos. Agora, concordando que seja, critico ideias, comportamentos, atos. Não tenho, como vejo aos montes, a coragem de dizer que certas pessoas são isto ou aquilo ou que merecem o castigo que, algumas vezes, é puro infortúnio, pois, afinal, visto de perto, qualquer um não é apenas fora do normal, como também terá seus pecados, secretos ou não. Porém, as pessoas costumam julgar os outros e se excluir como se fossem inocentes. A meu ver, ninguém é inocente. No máximo, pode ser menos culpado. Há os que se aferram à lei: você fez isto e aquilo que a lei diz que não pode. É fácil usar as leis contra os outros. O problema, em geral, é que quem mais utiliza este tipo de expediente se encontra na posição de poder usar a lei e, não raro, não vê que também escapa de suas linhas.
A armadilha de pensar assim é que, queira ou não, qualquer manifestação de linguagem é um ato intelectual. E, ao criticar o julgamento alheio, se analisa atitudes intelectuais e, quem analisa intelectuais acaba falando de si mesmo, acaba falando de sua própria confraria como se a ela não pertencesse. Sei que pertenço por escrever, por desempenhar o papel de quem transmite ideias, mas, apesar de errar também, pois, sou humano, procuro fugir das falsas generalizações. Como, por exemplo, de considerar todos os políticos iguais. De fato, quando escrevo, procuro, antes de tudo, ser um verdadeiro intelectual, ou seja, me apegar à análise dos fatos e não, como fazem muitos, tentar persuadir, convencer de que esteja certo. Considero que, ao contrário de Sartre, o intelectual não pode ser engajado. Se ele é engajado deixa de ser intelectual por passar a ser partidário, se distanciar do discurso racional e passar, efetivamente, a fazer propaganda. Bem, muitos podem dizer que não se consegue fugir da ideologia. É verdade. Não há discurso totalmente objetivo, todavia, penso que não se pode condicionar os princípios aos interesses contingentes da conjuntura política. De forma que não preciso nem tenho, por exemplo, de ser PT ou PSDB quando nenhum dos dois realiza melhor os princípios nos quais creio. Neste sentido, posso estar errado, entretanto, luto para que o monopólio da força não se torne também o monopólio da verdade e tendo sempre presente que, numa democracia, para se construir o futuro não se têm inimigos, mas, adversários.
(*) É Doutor em Desenvolvimento Sócio-Ambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos-NAEA da UFPª.
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