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Silvio Persivo

Um chocolate amarelo e inesperado na Espanha


 Um chocolate amarelo e inesperado na Espanha  - Gente de Opinião

Que o placar foi acachapante (5x1) não há como negar. Que poderia ter sido mais também não. Porém, nem por isto o jogo deixou de ser o melhor jogo da Copa e não se pode dizer que, até a equipe espanhola se desequilibrar o jogo não estivesse muito indefinido. A verdade é que, quem assistiu o primeiro tempo, não apostaria nem um níquel furado no que acabou acontecendo no segundo. Só os deuses do futebol podem explicar como, de um maior predomínio, inclusive de posse de bola, a Espanha fosse levar uma chocolatada do tamanho que tomou. Foi um jogo complicado em que asduas equipes procuravam diminuir o campo do adversário, porém, a Espanha estava melhor em encontrar espaços, tocar a bola, criar uma movimentação maior tanto que, acabou, numa jogada que já havia sido tentada antes sem êxito tendo a oportunidade criada por Xabi Alonso de acionar Diego Costa que, depois dar um drible em De Vrij foi, visivelmente, de forma faltosa, impedido de seguir a jogada indo ao chão. O árbitro marcou pênalti na hora e, com perfeição, Xabi Alonso converteu.

A Espanha com Iniesta, Xabi e David Silva conseguiam controlar melhor as coisas e, apesar da Holanda ter passado a buscar com maior determinação o empate não se vislumbrava nas horas necessárias a jogada ou o passe capaz de mudar o rumo das coisas. Até mesmo parecia que ia se chegar ao final da primeira etapa com a vitória da Espanha quando aconteceu o imponderável: um gol na hora certa. E, diga-se de passagem, que gol fantástico. Blind, quase do meio do campo, acertou um lançamento espetacular para Van Persie. E que lançamento! Conseguiu deixar o mortal atacante cara a cara com Casillas, que estava um pouco adiantado. Com a frieza e dose de genialidade que só os verdadeiros “matadores” têm, o centroavante tocou encobriu Casillas, de modo inapelável, num gol que foi uma pintura, uma verdadeira obra de arte. Uma jogada que pode-se dizer não acontece todos os dias e só pode deixar no goleiro, na defesa, no time uma certa sensação de impotência diante do inevitável. Com certeza este gol, na hora em que aconteceu, da forma que aconteceu abalou os espanhóis. Tirou deles a certeza que os movia de que a vitória seria uma questão de tempo.

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O segundo tempo começou já parecendo outra partida. Os holandeses, agora, tomavam a iniciativa, se agigantavam em campo, pareciam se multiplicar. Bastaram oito minutos para, o mesmo lateral Blind fazer outro lançamento, e encontrar Robben, que livrou-se de Piqué e, mesmo travado por outro atacante, conseguiu tocar na bola, que mascada, venceu um  Casillas novamente batido de forma irremediável. E quase Van Persie amplia com a bola explodindo na trave. Só dava Holanda e, para completar o desastre depois, o centroavante trombou com Casillas, numa cobrança de falta, mas, o árbitro não marcou a irregularidade, e o zagueiro De Vrij aproveitou a sobra ampliando o placar e, praticamente, selando a sorte espanhola. Bem que Vicente Del Bosque, desnorteado, quis inventar tirando Xabi para colocar Pedro e Diego Costa para colocar Fernando Torres, todavia, não havia mais como escapar da lambança que se prenunciava fatal. Não havia mais como mudar os rumos de uma partida onde, com toda a dedicação que os espanhóis tentavam, as coisas pareciam soprar sempre contra.

Para completar o desastre até o experiente Cassilas dominou mal uma bola recuada, e Van Persie roubou a bola e marcou o seu segundo gol, o quarto da Holanda. Depois foi a vez de Robben repetir a dose recebendo um passe em velocidade e disparou passando por Sergio Ramos, driblando Casillas e fazendo o quinto gol holandês.  Poderia ter saído mais e, verdade seja dita, os holandeses tentaram, mas, a dose já era mesmo além da conta. Foi, apesar do placar, um jogo difícil, mas, no segundo tempo, a Espanha desabou e levou o maior chocolate que um campeão mundial já levou na história das copas. Não é o fim do mundo, mas, foi um péssimo começo.

FOTOS: PORTAL DA COPA

 

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