Terça-feira, 24 de maio de 2016 - 14h19
Silvio Persivo(*)
As pessoas, e não apenas elas, não são, naturalmente, iguais. A grande verdade- se é que há uma é a de que indivíduos livres são indivíduos muitos diferentes entre si, com habilidades e qualidades diferentes, de vez que os talentos e capacidades e até mesmo a forma de trabalhar não possuem o mesmo afinco, qualidade ou dedicação. Cada um de nós nasce em situações distintas, com suas vantagens e suas desvantagens, cercados por pessoas diferentes e diferentes tipos de incentivos e graus de oportunidade. Só num mundo ideal podemos ser iguais e é compreensível que se procure amenizar as imensas desigualdades existentes, mas, a história real nos tem demonstrado que tentar remediar a situação implantando políticas governamentais “corretivas” tem se mostrado um tipo de cura muito pior do que a doença. A antiga URSS, república socialista, desmanchada por absoluta incapacidade de resolver os seus problemas, ou o longo definhamento de Cuba mostram, com clareza, que a busca de acabar com as desigualdades pode originar situações piores que as originais. Sem falar na agonia atual que a Venezuela passa com Maduro. A situação recente do Brasil, com os governos petistas, comprovaram, o que na experiência histórica é recorrente, que sempre que se tomam medidas coercitivas para a redistribuição de riqueza somente se consegue que os ricos e os espertos enviem sua riqueza para o exterior, ao passo que os desafortunados terão de arcar com o fardo do inevitável declínio econômico. O aumento de abertura de contas no exterior, com o Brasil sendo o 5º país com mais recursos em paraísos fiscais, demonstra isto e, não por acaso, caminhamos para 13 ou 14% de taxa de desemprego, isto se aceitarmos a estatística criativa implantada nas instituições de elaboração de indicadores.
Infelizmente, graças a uma selvagem e prolongada lavagem cerebral divulgada na mídia e sustentada, até agora, pelo governo, se protesta e se afirma que é indispensável tomar medidas contra a desigualdade, transformada em cavalo de batalha. Quem não concorda com a coletivização, com o tratamento igualitário, e injusto, na medida em que se deseja fazer justiça retirando renda de quem trabalha para quem não trabalha, foi taxado de tucano, coxinha, retrogrado, reacionário e de direita radical. No entanto, apesar do maravilhoso governo que tivemos, que, segundo o marketing agressivo, incorporou ao mercado uma notável parcela de 40 milhões de pessoas, por incrível que pareça, somente se conseguiu aumentar seja a desigualdade, seja a criminalidade, os problemas rurais e urbanos, de tal forma que a insatisfação pública se expressou nas ruas e no impeachment.
Mas, o governo petista, nunca fez distinções básicas entre, como, por exemplo, que se as pessoas são diferentes, e livres, é normal que tenham rendas diferentes. Nem nunca esclareceu que onde as pessoas têm, obrigatoriamente, a mesma renda não são livres. Porém, o que é pior: não há exemplos reais de desenvolvimento onde os governos organizam a produção. Países desenvolvidos são, de fato, aqueles onde os governos perdem, cada vez mais, a importância e atuam somente em atividades básicas, em infraestrutura e de forma compensatória. Ninguém defende a desigualdade exagerada, mas, existe a desigualdade boa e legítima que deriva da ordem natural das coisas, seja o que isto for. O que, uma visão progressista defende é o direito a oportunidades iguais, mas, isto não pode existir pela opressão dos contrários. Assim melhorar as oportunidades de minorias é melhorar a educação delas e não estabelecer cotas. Assim como criar cidadãos é gerar oportunidades de empregos, melhorar o ambiente dos negócios, estimular o empreendedorismo e não, como tem sido feito, aumentar a quantidade de pessoas dependentes do assistencialismo. A igualdade, e ainda mais forçada a partir do governo, é tão e mais injusta e antinatural quanto à desigualdade abusiva. E só os que não pensam podem defendê-la como ideal humanitário. De fato só os que dela se favorecem, os muito espertos, e os tolos podem aceitar que a igualdade seja um ideal político. A ideia de igualdade econômica não representa nenhuma genuína forma de humanidade ou de compaixão. É uma ideia intelectualmente pobre e fraca. E quando se torna a política de um estado, política pública, vira um desastre anunciado em larga escala e um retrocesso econômico. O fato das pessoas não serem iguais, não terem a mesma renda decorre da própria diversidade da existência e das diferenças. Antinatural é tentar igualar a todos.
(*) É professor da UNIR-Fundação Universidade Federal de Rondônia de Economia Internacional e Professor Doutor em Desenvolvimento Sustentável pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos-NAEA da Universidade Federal do Pará-UFPª.
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