Sábado, 19 de agosto de 2023 - 10h39
Bem
gostar de cinema sempre foi na minha vida uma questão de entretenimento, prazer
e arte. Havia, próximo da minha casa, na Rocha Lima, em Fortaleza, um cinema do
bairro, o Cine Ceará, que apresentava filmes maravilhosos como os de Carlitos,
as séries de Charles Chan, Hopalong Cassidy e Zorro, imperdíveis. Na juventude,
também o grande programa era colocar um terno para ir assistir, o que fiz com
clássicos como “Al di lá” ou “Marcelino Pão e Vinho”, no Cine São Luiz na Praça
do Ferreira. Impossível lembrar de todos os filmes maravilhosos que assisti,
porém inesquecíveis, por seus enredos e atores, foram “Queimada”, com Marlon
Brando ou “O Poderoso Chefão” só para falar dos mais recentes e não poderia
deixar de citar “Casablança”- só para ilustrar porque os bons filmes pululam na
minha mente, inclusive alguns complexos como “A Bela da Tarde” ou “Blade
Runner”. Mas o real motivo para falar de cinema são os vencedores da competição
de curtas-metragens nacionais do 51º Festival de Cinema de Gramado, que foram
anunciados na última sexta-feira (18) no Palácio dos Festivais. O prêmio de
melhor filme foi para “Remendo”, produção realizada em Vila Velha, no Espírito
Santo, com direção de Roger Ghil. A meu
ver deve ter ganho por sua originalidade por que se trata de uma colagem, sim de
notável inventividade visual e formal, todavia é uma tentativa de construir
novas narrativas. Porém, minha atenção se centrou no cinema por causa do curta
rondoniense “Ela Mora Logo Ali”, que conta a história de um humilde e ambulante
vendedora de bananas fritas, de uma cidade da região da floresta amazônica, que
conhece uma jovem leitora no ônibus no caminho de volta para casa. A partir
desse momento, a vendedora inicia uma jornada de descobertas, sonhos e o
desafio de encontrar o livro preferido de seu filho. É sim uma história
simples, bem amazônica, porém feita com o carinho, o zelo e o talento de
artistas nossos. Como um adepto, autor de e-book e incentivador da Economia
Criativa, sempre coloquei fé no talento local e fico imensamente feliz com o
fato de que o Prêmio do Júri Popular foi dado à “Ela Mora Logo Ali”, mas, mais
ainda, com os Kikitos que ganharam, com justiça,
Fabiano Barros e Rafael Rogante pelo roteiro e, entrei quase em estado de
júbilo, por nossa querida amiga, Agrael de Jesus, uma pessoa maravilhosa, ter
ganho o prêmio de melhor atriz! Ou seja, Rondônia, com um curta, feito sem
apoio, conseguiu abocanhar 3 kikitos em Gramado este ano! Aplausos mil para os
ganhadores e também para todos os que participaram da produção. Mostram que
Yes, sim nós temos cinema. E da melhor qualidade!!!
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