Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Vinício Carrilho

Declaração sobre o Bom Senso


Profª. Ms. Fátima Ferreira P. dos Santos
Centro Universitário – UNIVEM/Marília

Prof. Dr. Vinício Carrilho Martinez
Universidade Federal de Rondônia /UFRO

Considerando-se que não se sabe o que é bom senso, comecemos pelo que não é;

Considerando-se que não se trata do senso comum, comumente entendido;

Considerando-se que é de comum acordo que o senso comum precisa ser criticado;

Considera-se o senso comum criticado e crítico equivalente ao bom senso.
Também se considera de bom senso o que é equilibrado, quando entre meio e fim apresenta-se mediado pela justiça. Em outros termos, o bom senso é:

1. Realista, porque afasta a mentira, opõe-se ao cinismo e à hipocrisia.

2. Necessário, porque é superior à verossimilhança, o bom senso desperta da realidade.

3. Razoável, porque se pauta pela proporcionalidade no agir e nas respostas. “Não é de bom alvitre acender vela para defunto ruim”.

4. Tolerável, porque além de imprescindível, ao raciocinar adequadamente, chegamos à conclusão de que a tolerância é uma resposta elementar. “Não se tolera o que é intolerável”.

5. Inteligente, porque não é inteligente fazer ou deixar de fazer o que é o melhor, o que é necessário para se alcançar o objetivo. “Ninguém sai de casa consciente de que vai errar” – até porque não há consciência no erro, apenas no seu exame, mas depois de consumado.

6. Articulado, porque é lógico: se isto é o certo, porque assim concluímos, após discussão racional, então, procuremos os meios adequados. O fundamentalista não tira a trava do olho. “A distância mais curta entre dois pontos é uma reta”; porém, nem sempre é a mais segura.

7. Socializável, porque sozinhos não articulamos nada, talvez a solidão e porque o monólogo nos deixa falando sozinhos. “Duas cabeças pensam melhor do que uma”.

8. Ético, porque se considera o diálogo como o melhor recurso do entendimento; esgotando-se os argumentos, sem a pressa do fim do mundo, daremos “tempo ao conceito”, àquilo que entendermos como real e necessário.

9. Prudente, porque devemos pensar duas vezes antes de falar ou de agir: pensar rapidamente, mas falar ou agir com calma. “A pressa é inimiga da perfeição”. “em boca fechada não entra mosquito”.

10. Prático, porque não é produtivo ficar pensando, discutindo, configurando sem nada fazer, diante do que é preciso ser feito. O prático de bom senso não é limitado como o pragmático, uma vez que valoriza os princípios e os fatores, e não considera apenas os fatos futuros.

11. Urgente, porque – do jeito que as coisas vão – vamos acabar “dando bom dia a cavalo”, agindo por impulso e repelindo tudo que não nos agrada.

12. Desagradável, porque nos leva a pensar, a nos criticar ou a ouvir críticas e “pensar dói”, incomoda, tira da zona de conforto.

13. Raro, ou tem-se tornado uma raridade, porque é mais fácil levar vantagem.

Nisto, o bom senso é um médium-direito, interligando direito e costume. Por fim, o bom senso é uma indignação, porque não aceitamos ser ludibriados.

Se você pensa o mesmo, escreva-nos: prof.vinicio@ig.com.br.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 27 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

 Toda tese é uma antítese

Toda tese é uma antítese

A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes

A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez

A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez

Introdução Neste texto é realizada uma leitura do livro “Educação constitucional: educação pela Constituição de 1988” de autoria do Prof. Dr. Viníci

Todos os golpes são racistas

Todos os golpes são racistas

Todos os golpes no Brasil são racistas.          Sejam grandes ou pequenos, os golpes são racistas.          É a nossa história, da nossa formação

Emancipação e Autonomia

Emancipação e Autonomia

Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a

Gente de Opinião Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)