Sexta-feira, 20 de julho de 2012 - 12h17
Em ano de eleições, os candidatos descobrem a importância da educação. É o único momento em que os políticos profissionais – e de plantão – descobrem o tema da educação. Veja o (e)leitor que essa prática não é nova, aconteceu dois anos atrás e antes disso, e lembre também que depois de eleitos nada ou muito pouco fizeram pela educação.
O tema da educação é sempre presente, assim como a saúde e o meio ambiente ou a moralidade pública – se bem que esta em baixa, porque ninguém mais acredita no que dizem. Para muitos é um tema de moda, que está na mídia, mas os políticos mais espertos sabem que é um tema que não sairá mais de nossa preocupação.
O que mudou e exige respostas efetivas é o fato de que o Brasil enfrenta um enorme gargalo de habilitações e especialidades. O país cresceu – ainda bem que não tanto quanto o previsto – e precisa de profissionais qualificados, mas o problema é que em razão do desprezo pelos trabalhadores não se investiu em sua formação.
Por isso, daqui para a frente, em virtude da pressão econômica, todos deverão falar da educação como se fosse seu tema predileto, o que evidentemente é falso porque, como todos sabem, os mesmos estão longe da escola há muito tempo.
O assunto é sério, mas não resisto à piada, à ironia de dizer que muitos políticos defensores da educação não são alfabetizados ou não passariam nos testes do analfabetismo funcional – aquele em que o sujeito tem diplomação, mas não é capaz de ler, interpretar, mal escreve. Como parte da piada, ainda diria que não vou votar em nenhum dos que se dizem defensores da pauta da educação, porque sei que são mentirosos.
Contudo, com mais seriedade, diria ao (e)leitor que pesquise o histórico de cada candidato, veja se fez algo pela educação – aí decida se vai votar ou não. Caso seja um candidato de primeira viagem, sonde sua formação, se realmente foi bom aluno ou simplesmente se gostava da escola.
Ao contrário do que parece, não é difícil perceber a sinceridade nas pessoas. Faz pouco tempo, viajava pelo MEC e a meu lado havia uma senhora nipônica, de uns sessenta anos, fazendo jogos matemáticos de memória. Até aprendi a lógica, mas não consegui avançar muito.
De todo modo, o que me chamou a atenção é que sem ser especialista em nada, disse-me com uma clareza espantosa que, apenas com dez anos de investimentos sérios em educação, teríamos um novo país. Em seu raciocínio, crianças com seis anos hoje – daqui a dez – terão dezesseis e estarão às portas do vestibular. Essa geração, muito mais consciente do papel da educação, para si e para o país, irá requerer continuidade em seus estudos, com qualidade, para que seja público, democrático.
Veja-se que não se trata de especialista em educação, ela própria não tem nível de educação superior, mas a simplicidade de sua lógica nos leva à verdade que necessitamos. Pessoas assim deveriam legislar sobre educação pública.
Vinício Carrilho Martinez - Professor Adjunto II (Dr.)
Universidade Federal de Rondônia
Departamento de Ciências Jurídicas
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