Quinta-feira, 28 de março de 2013 - 12h27
Pediram-me para responder ao seguinte exercício: O diretor do departamento de gestão de pessoas solicitou que você discutisse com seus colaboradores sobre a importância da ética empresarial para que, posteriormente, apresentassem uma proposta de elaboração de um código de ética para a empresa.
Respondi do seguinte modo:
Em uma atividade rotineira de trabalho, na verdade estávamos pensando nisso havia algum tempo, nosso encarregado alertou para a necessidade de que elaborássemos ou ao menos pensássemos em formas de interlocução e de convivialidade dentro da empresa e que isso gerasse maior credibilidade para as próprias relações entre os colegas de trabalho. Assim que falou, já foi interrogado: “o que seriam essas formas de interlocução e de convivialidade?” Sorrindo, como se ficasse feliz pela provocação e pelo sucesso em prender nossa atenção, respondeu: “isso tudo quer dizer ética”. Mas, vejam bem uma coisa séria – talvez a mais importante sobre a ética – não se trata de uma relação ética ideal e por isso mesmo superficial. Devemos pensar que esta relação ética será construída dentro desta empresa – e não de qualquer empresa; devemos lembrar que a ética que queremos discutir neste momento se refere ao melhor modo de construirmos as relações de convivência com nossos colegas, com as pessoas que já conhecemos e, que trabalhamos todos os dias, e também com aquelas hipotéticas, aquelas que um dia poderão ser contratadas para esta mesma empresa e que nós nunca ouvimos falar. Ou seja, temos de pensar nas relações sociais e de trabalho presentes, atuais, rotineiras, que nos tocam diretamente porque convivemos com as pessoas e com seus problemas, dilemas, contribuições e habilidades. Porém, também temos de ver que iremos construir, futuramente, um código de ética ou de convivência (o que chamei de condições de convivialidade) e este código tem de ser pensado em termos de regras gerais, que alcancem a todos nós – e, é claro, o código precisa chegar ao futuro. Além disso, ainda necessitamos responder algumas questões gerais, mas, essenciais à nossa comunicação entre presente e futuro, entre o que já temos e sabemos bem do que se trata e o que queremos para todos nós, enquanto grupo que trabalha e produz. Desse modo, a partir de um sentido geral de comunicação, deveríamos ressaltar a temática que vai orientar nossas ações, falas e discursos, a quem vamos direcionar nosso discurso, o que vamos tratar e que objetivos gerais e específicos devemos ter em mente, quando e como faremos tudo isso. Onde faremos esse código de ética todos sabem em parte, porque vamos construí-lo coletivamente, todavia, faremos isto aqui, em casa, no caminho de casa, na conversa com a esposa, com os amigos ou com os namorados. Na verdade, perceberemos na prática que nossa ética profissional interfere e se relaciona muito de perto com nossa vida social e pessoal – e vice-versa. Por isso, precisamos dirigir nossa atenção para esse esforço comum e para que mantenhamos nossa mente sempre aberta, é caro, ainda precisaremos contar com a colaboração de muito mais gente do que as pessoas que conhecemos neste local de trabalho. Por fim, iremos descobrir na prática que a ética é uma construção social, coletiva e que precisa de muita técnica para ser melhor aproveitada. No caso específico, a técnica aqui utilizada veio emprestada do jornalismo e se chama “responder ao LIDE”; respondendo claramente as seguintes interlocuções: quem, como, quando, onde, o quê? O porquê de responder a tudo isso no corpo de um texto ético, nem é preciso responder; porém, se assim é melhor, o porquê da ética está na vida comum.
Qual o saldo da experiência? Meu texto foi corrigido e tirei as seguintes lições:
Vinício Carrilho Martinez
Professor Adjunto III do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Rondônia – UFRO. Pós-doutor em Educação e em Ciências Sociais; Bacharel em Ciências Sociais e em Direito.
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