Quarta-feira, 13 de março de 2013 - 10h31
É óbvio que não deveria ser assim, é claro que existem pessoas honestas e da melhor qualidade moral, civilizadas, em Brasília, a Capital Federal. Mas, é igualmente evidente que Brasília é a cidade brasileira com maior diversificação e quantidade de corruptos. Os corruptores moram em outras praças, só vão à capital para exercer o Lobby ou grupos de pressão.
O que estou dizendo não é uma calúnia, é uma avaliação óbvia, lógica, considerando-se que o Brasil é um país absurdamente corrupto e Brasília, como capital do Poder Político, deve atrair as principais fontes corruptoras da nação. A Capital Federal já nos deu artistas e personalidades igualmente do melhor nível. Porém, como foi dito, as maiores ironias também vem de Brasília, como as que envolvem o crime organizado (além daquele inerente ao Estado Paralelo que está no entorno dos poderes constituídos):
Levantamento da área da Polícia Federal que combate o narcotráfico revela um dado alarmante: o chamado “entorno” do Distrito Federal logo será controlado pelo crime organizado, num fenômeno semelhante aos do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. Se nada for feito, e com urgência, as polícias Militar, Civil e Federal serão impedidas de entrar nessas áreas, como ocorreu por décadas nas favelas cariocas[1].
Brasília tem excelentes instituições, a exemplo da melhor polícia do Brasil, em que não há policial que não tenha – no mínimo – o nível superior. Por isso, ao menos nesse aspecto, não haveria maior ironia para aqueles que não querem ver no México, o Brasil de amanhã. O “brasil” de amanhã é um México dominado pela corrupção, necrosado pelos cartéis do tráfico internacional e moribundo, ferido de morte pela miséria e profundo decréscimo na qualidade do espírito público. O brasil de amanhã foi achacado como o Brasil de hoje, até que restasse um méxico minúsculo, bem pequeno, quando comparado à história do seu povo, desde a Revolução Popular de Zapata (1920-30) e dos zapatistas, agora nos anos 1990. É famosa nossa cultura do mimetismo, mas será que mais uma vez vamos copiar apenas o que não presta?
Vinício Carrilho Martinez
Professor Adjunto III da Universidade Federal de Rondônia - UFRO
Departamento de Ciências Jurídicas/DCJ
Pós-Doutor pela UNESP/SP
Doutor pela Universidade de São Paulo
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