Quarta-feira, 15 de agosto de 2012 - 10h42
Vinício Carrilho Martinez - Professor Adjunto II (Dr.)
Universidade Federal de Rondônia
Departamento de Ciências Jurídicas
Profª. Ms. Fátima Ferreira P. dos Santos
Centro Universitário/UNIVEM/Marília-SP
O caso é crônico, absurdo, extemporâneo, mas é só mais um dos tantos exemplos que contaminam este país. Trata-se dos Veículos Aéreos Não Tripulados –Vants, adquiridos pelas forças armadas para fiscalização das fronteiras. São do mesmo tipo utilizado em guerras, como do Afeganistão e do Iraque. No nosso caso foram gastos R$ 73 milhões, mas nenhum deles está funcionando. Para ler mais: http://www.gentedeopiniao.com.br/lerConteudo.php?news=100589.
O pior, entretanto, é que este é apenas um exemplo dos milhares que nos cercam. E por que temos isso? Será um problema corriqueiro no mundo? Nosso governo funciona como nós, comprando coisas desnecessárias ou que não utilizará?
Bem, vamos por partes. Certamente, ocorre a mesma coisa em muitos países, mas não é algo corriqueiro fora daqui. Segundo, não podemos confundir duas naturezas tão distintas: a nossa e a do governo. Nossa natureza é privada e, salvo os casos previstos em lei ou na ética, não temos de dar satisfação do que fazemos; o governo atende a princípios públicos e tem de se reportar publicamente sobre seus atos. Veja-se que é o exato oposto.
Além do mais, como se trata de interesse público, os recursos deveriam ser utilizados quando se tivesse certeza de que seu destino seria comum e não sofreria desvios de rota. Também, neste caso das Vants, ocorre o oposto: o dinheiro foi empregado, muito mal, diga-se de passagem, e as aeronaves estão no solo, porque falta quem saiba manejá-las.
Não vamos tratar de outros desvios, como de conduta, em que se ganha desonestamente com as transações. Destaquemos tão-somente a soberba inteligência de se comprar uma tecnologia que se sabe, de antemão, que não será utilizada por falta de conhecimento. Será que não poderíamos ter treinado nossos técnicos para o seu manuseio, antes de comprar equipamento que logo será sucata?
Em todo caso, isto ainda lembra outro dos mais graves males nacionais, o da falta de educação, da produção de analfabetos funcionais ou do analfabetismo total. É a ponta do iceberg do analfabetismo institucional; o analfabetismo dos técnicos que se apoderam do poder político e na defesa dos seus interesses deixam esquelética a relevância nacional.
Como não têm compromisso com o todo, mas somente com sua parte, também abandonam a lógica do bom senso. Como não se referem, em seus atos, ao interesse público, investem em temas de assunto privado – e a educação é pública. E como a educação é de relevância pública, o que contradiz a lógica do analfabetismo institucional, não se investe em educação ou, quando se investe, o resultado é a produção de analfabetos funcionais.
Porém, por força da lógica política, os gênios do sistema às vezes cedem à pressão de alguns de seus setores internos, como na compra dessas aeronaves, e cumprem seus compromissos mesquinhos. O que não esperam, contudo, é pelas consequências dos equívocos, da má-fé ou do despreparo. E neste caso, quando assim se deparam com as ações frustradas de sentido, também cedem à lógica da força maior, a das consequências, ou seja, gasta-se muito dinheiro para nada, porque não se fez nada, quando se deveria fazer muito.
A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes
A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez
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