Quarta-feira, 8 de agosto de 2018 - 19h40
Crianças aprendem política quando são educadas para respeitar o espaço de outras crianças, a não falar com a boca cheia.
Crianças também aprendem política quando ouvem "não" de seus pais, porque faziam birra querendo alguma coisa indevida naquele momento.
Mais crescidas são avaliadas na escola, a partir de seu desempenho, se fizeram as lições, se estudaram. Por isso, a avaliação ainda demonstra o empenho (ou não) das crianças.
As crianças, de várias idades, e mesmo em tom de brincadeira, aprendem política em jogos e atividades coletivas, quando aprendem regras. Por o seu lixo no cesto, por exemplo.
Por vezes, em campanhas educativas propositalmente inseridas, como as que ensinam noções básicas de trânsito em carrinhos e pequenos percursos controlados, às crianças são levadas regras propriamente públicas, estatais, além do convívio direto com regras formais de respeito e de bom senso.
Com essas noções de regras de trânsito aprendem a necessidade do respeito aos outros, mas igualmente exercitam o cuidado consigo.
Esses são apenas alguns exemplos e se referem, logicamente, às crianças escolarizadas e que têm algum suporte em casa.
Há crianças, muitas crianças, que nem conhecem seus pais.
Mas, no geral, esse jogo de regras básicas ajuda no amadurecimento das crianças. O "não" de hoje pode fazer, sim, toda diferença amanhã.
(As crianças são capazes de muitas coisas, se educarmos bem).
No fundo, faz tanta diferença que explicaria porque temos tantos adultos mal educados (mal intencionados) abusando, ferindo a política.
É provável que esses adultos abusadores da política não foram educados em jogos e práticas políticas, na infância, que lhes elevassem o padrão moral.
Em outras palavras, é como se o adulto corrupto não passasse de uma criança mal educada, mimada, que nunca teve limites para suas vontades.
A criança egoísta de hoje, se não for bem tratada e educada, certamente, será o adulto egocêntrico de amanhã.
Daí o extremo egoísmo, o cinismo, a atitude psicótica com que lidam com a coisa pública.
(A corrupção também é um problema de saúde mental).
O dilema, então, é que a má educação desses adultos acaba por degradar a vida de milhões de outros adultos e crianças.
Por fim, são exemplos simples de que não há instância da vida sem política e de que toda educação - boa ou má - é extremamente politizada.
Até as crianças sabem disso.
Vinício Carrilho Martinez (Dr.)
Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/DEd
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