Sexta-feira, 25 de maio de 2012 - 17h28
No livro As Três Ecologias, Félix Guatarri aponta três dimensões para pensarmos o enorme problema ambiental que assola o mundo: ecologia social, mental, ambiental. As pessoas, todas, precisam entender qual seu lugar e papel social no mundo moderno. Algo básico a se ver ou não na chamada Rio+20.
As pessoas precisam se reconhecer na sua humanidade, como seres ativos, responsáveis por seus destinos e de muitos outros e não meras predadoras. Uma das características da atual crise de civilização que enfrentamos é o consumismo. Esquecemos – muitos, sequer um dia souberam – que somos humanos.
Como consumidores, só nos interessa o referido consumo; como gafanhotos, não poupamos nenhuma relva de vida. Consumimos produtos, a sombra dos últimos recursos, a seiva de nós mesmos e que para alguns é a alma e para outros, a aura. O que importa é devorar cartões de crédito, atrás de bugigangas que duram horas ou dias, quando se tem sorte. Com isso, comprando e desprezando mercadorias, devoramos o trabalho e a dignidade dos outros.
Para que nossos emblemas e penduricalhos de consumidores tenham valia, o que compramos ontem precisam de desvalia. Para termos sucesso, reconhecimento social, não vale o que se tem – muito menos o que se é –, mas o quanto se compra e devora como mercantilistas.
Para que a economia de mercado tenha frutos, os produtos precisam de muita mensagem e valor (des)agregado, linguagens de compra-venda direta, mentalidades programadas para não esquecerem do empréstimo consignado, rejeição a qualquer conversa ou discurso intelectualizado e, é óbvio, ganhos e salários que não ultrapassem os trinta dólares mensais.
O que se esconde, na verdade, por trás dessas reformas/remendos dadas pelo próprio sistema capitalista é nada mais do que adequar os mesmos velhos interesses egoísticos de lucro excessivo às custas da continuação da degradação ambiental e da miserabilidade das mesmas populações subdesenvolvidas.
O objetivo da Rio+20 deveria ser o de pensar/exigir dos países envolvidos uma transformação radical, uma transição para um novo modelo de civilização, onde os valores de solidariedade, respeito incondicional a todas as formas de vida, à pessoa humana e a preservação do meio ambiente fossem os valores mais elevados.
Mas essa é uma luta diuturna de pessoas muitas vezes anônimas, sem expressão social, pessoas como professores, catadores de todos os lixos, intelectuais, políticos decentes, empresários verdadeiramente empreendedores. Pessoas sustentáveis...
Parafraseando Guatarri, na ecologia ambiental tudo é possível, desde as piores catástrofes até as evoluções flexíveis. E para que o equilíbrio da natureza seja mantido, é necessário que haja uma intervenção humana adequada, e principalmente porque a natureza não pode ser separada do mundo da cultura, levando-se em conta a eco-lógica, ou seja, a intensidade dos processos evolutivos.
Porém, se nada for feito a esse respeito, junto com as espécies desaparecerão as palavras, as frases e os mínimos gestos de solidariedade humana.
Profª. Ms. Fátima Ferreira P. dos Santos
Centro Universitário/UNIVEM
Prof. Dr. Vinício Carrilho Martinez
Universidade Federal de Rondônia
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