Segunda-feira, 3 de janeiro de 2011 - 14h15
No Brasil, os investimentos quantitativos na educação cresceram nos últimos anos. Entretanto, em aspectos reais estamos muito longe de países da própria América Latina. Tal quadro remonta a era militar, em que estes privilegiaram montantes para construção de empreendimentos faraônicos como a Transamazônica e financiamento via BNH ( Banco Nacional de Habitação), privilegiando a classe média urbana,aumentando as desigualdades em nível urbano.
Com o processo de democratização e a promulgação da nova Constituição Federal, especialistas da área vislumbravam uma melhoria do setor, já que, com a reformulação da Constituição tal daria respaldo para um aumento dos investimentos governamentais no setor, de forma a fomentar a formação acadêmica e a produção científica.
Porém, tal quadro não se confirmou. Segundo estudos do próprio Ministério da Educação e Cultura, os valores reais são comparados a duas terças partes do estipulado em 1994. E para piorar, o ensino em nosso país é pensado apenas em aspectos qualitativos. Os últimos governos pensaram apenas nos índices, valores e gráficos que possam respaldá-lo frente aos organismos internacionais. Enquanto isso, os estudantes não conseguem realizar uma interpretação crítica nem de uma história em quadrinhos.
Indago pelo motivo responsável pelos baixos resultados nas últimas avaliações sobre a Educação Básica, em especial a dada aos níveis médios. O índice de evasão escolar em nosso país nos jovens com idade de 14 a 18 anos é alarmante, se comparado a países como o México, o Chile e a Costa Rica.
Reflito sobre a aplicabilidade dos recursos das esferas governamentais. Um brasileiro trabalha,em média, 150 dias para pagar os seus impostos. O valor arrecadado em impostos é superior a países como a Suíça e o Chile, em comparação ao seu PIB. A qualidade do serviço público nestes países é muito melhor que o nosso, principalmente no tocante a educação básica e pesquisa científica.
Penso na formação de nossos professores. Quantos professores da educação pública possuem qualidade baixíssima e uma qualificação pífia. Entrar nas salas de aula e observar os alunos entediados, com uma professora que possui uma metodologia do século passado. Uma decoreba que grassa de cada sala e que aumenta a discrepância com o ensino privado. Quantos professores que, na rede pública, dão uma aula de péssima qualidade e na rede privada de ensino, dão o que tem de melhor quanto a metodologia e aplicabilidade do estudado.
Penso nos gestores educacionais, que carregam a escola sob seus ombros. Quantos não estão lá graças a favores políticos e utilizam do cargo como forma de conseguir benesses econômicas para o seu séquito, deixando as instituições de ensino praticamente abandonadas às traças e aos cupins.
E então, quando construiremos um ensino de qualidade? Quando os profissionais da educação pública vão receber um salário justo? Quando os professores e educadores proporcionarão um ensino a altura de uma nação ávida pelo progresso? Tal só ocorrerá com uma mobilização, em que as pessoas parem de ser influenciados pelos meios de comunicação de massa e passem a ler, as crianças abandonarem os brinquedos eletrônicos e toda a parafernália para se dedicar ao conhecimento e o mestre seja tratado como qual e respeitado pelo que faz. Só assim construiremos a nação do amanhã.
Fonte: Prof. Victória Bacon
Graduada em Letras e Ciências Físicas
Mestra em Educação e Políticas Públicas Educacionais
Contato: victoriabacon2004@hotmial.com
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