Quarta-feira, 29 de setembro de 2010 - 19h07
A nutricionista Solange Fernandes de Freitas Castro, formada pela Faculdade São Lucas, é atualmente Especialista em Financiamento e Execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), vinculado à Coordenação Técnica de Alimentação e Nutrição (COTAN) do Ministério da Educação (MEC). Ela informa que logo ao concluir o curso, em 2005, seguiu, junto com sua filha, para Brasília, para onde o seu esposo já havia seguido meses antes. Como queria muito trabalhar, Solange diz que colocou seu currículo no mercado.
Depois de quatro meses sem haver sido chamada para nenhuma entrevista de emprego, decidiu estudar para concursos públicos. Estudou em cursinhos durante o ano de 2006 e começou a fazer as provas em 2007. Sem direcionar o foco apenas para a área de Nutrição, fez exames para Judiciário, Legislativo e algumas autarquias. “Foi um ano sofrido, cansativo, desgastante e de isolamento. Estudava em média 8 horas ao longo do dia”, relata.
No final de 2007 fez a prova para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Não era para cargos específicos, mas como existe o Programa Nacional de Alimentação Escolar, Solange Castro disse que se empenhou em estudar para ser aprovada, e conseguiu. “Minha nomeação demorou a acontecer, fui nomeada na quarta turma e durante o curso de formação (uma das etapas do concurso) conversei com a Coordenadora da COTAN e solicitei minha lotação no PNAE. Enquanto a nomeação não saía, continuei com os concursos e fiz alguns atendimentos de Personal Diet para passar o tempo. Fiquei classificada em outros órgãos, mas como queria muito o FNDE, aguardei”, conta.
Em 2009, Solange Castro finalmente foi nomeada no PNAE. “No primeiro dia de trabalho recebi o Caderno de Legislação do PNAE e o Caderno de Materiais Técnicos e fiquei estudando, deslumbrada, toda a Resolução nº 38, a Portaria Interministerial nº 1010, as Notas Técnicas... Ao longo dos dias fui sendo ‘fisgada’ pela saúde pública, pelas políticas publicas do governo e pelo Programa. Era muita informação...Minha mesa foi sendo invadida por material de Direito Humano à Alimentação Adequada, Segurança Alimentar e Nutricional, PNAN, Guia Alimentar para a População Brasileira, Regulamentação de propaganda de alimentos, conheci o funcionamento do Consea, da Caisan, e de várias outras siglas”, relembra. Ela acrescenta que no começo foi uma loucura, tendo em vista que participava de reuniões representando o governo. “Isso é complicado, pois as pessoas cobram, querem respostas e, às vezes, não há justificativas aceitáveis para algumas situações. Hoje estou um pouco mais acostumada, mas o volume de assuntos para estudar continua grande. Minha mesa ainda está cheia de material de estudo”, salienta.
Solange Castro considera o FNDE um bom órgão para trabalhar porque possui um plano de carreira que incentiva o estudo, pagando cursos de idiomas estrangeiros, graduação, pósgraduação, sempre investindo na qualificação do servidor. “Gosto muito do trabalho que realizo, não há muita rotina de trabalho administrativo, participo de reuniões externas, viagens para participar de palestras, seminários, congressos e também para acompanhar a equipe de monitoramento e auditoria e da Agricultura Familiar e Projeto Horta Escolar”, acentua. Solange Castro destaca que na COTAN são feitas análises de cardápios enviados pelos nutricionistas Responsáveis Técnicos pelo Programa, avaliação de solicitação de análise de Projetos de Lei de autoria de Deputados Federais e Senadores, relacionados à alimentação escolar e regulamentação de cantinas, além de realizar estudos sobre a possibilidade de aumento do per capita da Alimentação Escolar e a Legislação Sanitária, dentre outras atribuições.
Para a nutricionista formada na Faculdade São Lucas, o mais importante é o envolvimento de algumas pessoas com a saúde pública e política pública, “porque são os mesmos rostos que encontro em reuniões diferentes no CONSEA, na CAISAN e tantas outras”. Solange Castro salienta que é fascinante saber que pode estar fazendo parte da história da saúde pública no Brasil, além de ser extremamente gratificante. “Procuro estar sempre atualizada e estudo diariamente para melhorar e ajudar o PNAE e a qualidade da alimentação ofertada aos alunos das escolas públicas brasileiras”, complementa.
Fonte: Chagas Pereira
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