Segunda-feira, 18 de janeiro de 2010 - 21h20
Primeiros resultados mostram que 60,2% dos consumidores iniciaram o ano com dívidas, mas somente 9,2% não terão condições de pagar suas dívidas em janeiro.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está lançando a primeira Pesquisa Nacional de Inadimplência do Consumidor (PEIC). Com o aumento da importância do crédito na economia brasileira, o acompanhamento do endividamento do consumidor ganha grande importância. Além de traçar um perfil desse endividamento, a PEIC permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento.
Síntese dos Resultados
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Total de Endividados
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60,2%
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Dívidas ou Contas em Atrasos
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27,7%
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Não Terão Condições de Pagar
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9,2%
|
Fonte: Pesquisa Direta CNC
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As condições atuais no mercado de crédito são bastante favoráveis, tanto do lado da oferta quanto da demanda. Como mostra a Pesquisa Nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), as intenções de consumo de bens duráveis e de compras a prazos se situam em patamares elevados. Esses fatores propiciam uma elevação da taxa de endividamento do consumidor. Segundo a primeira Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), a taxa de endividamento das famílias brasileiras chega a 60,2%.
O percentual de consumidores que possuem dívidas ou contas em atraso representa 27,7%, como mostra os resultados da PEIC. Contudo, apesar do alto índice de inadimplência total, apenas 9,2% dos consumidores não terão condições de pagar suas dívidas em janeiro. A evolução da inadimplência ao longo do ano dependerá da continuidade das condições favoráveis de renegociação de dívidas e das perspectivas positivas em relação ao mercado de trabalho.
Apenas 13,5% dos consumidores se consideram muito endividados. Devido à evolução favorável da renda e do emprego nos últimos meses, o aumento das concessões de crédito não resultou em uma percepção de um nível de endividamento elevado em relação à renda. Os indicadores por faixas de renda mostram que os consumidores com renda familiar até 10 salários mínimos estão mais endividados do que aqueles de renda familiar superior a 10 salários mínimos. Enquanto que na faixa de menor renda o percentual de consumidores que se consideram muito endividados consiste em 14,3%, para os consumidores de maior renda esse percentual é de apenas 8,3%.
Sobre a PEIC
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é uma pesquisa nacional apurada mensalmente pela CNC a partir de dezembro de 2009. Os dados são coletados em todas as capitais dos estados federais e no distrito federal junto a 17.800 consumidores.
O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Das informações coletadas são apurados importantes indicadores: percentual de consumidores endividados, percentual de consumidores com contas em atraso, taxa de inadimplência, tempo de nível de endividamento e nível de comprometimento da renda.
O aspecto mais importante da pesquisa é que, além de traçar um perfil do endividamento do consumidor, permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Existem muitos indicadores nacionais de crédito e inadimplência que, entretanto, dizem pouco sobre o endividamento do consumidor e nada em relação sua percepção de capacidade de pagamento.
Com o aumento da importância do crédito na economia brasileira, sobretudo do crédito ao consumidor, o acompanhamento do endividamento é fundamental para analisar sua capacidade de endividamento e de consumo futuro, levando em conta o comprometimento de sua renda com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento futura. Assim, essa pesquisa representa também um importante indicador antecedente do consumo e do crédito.
Os principais indicadores da PEIC são:
• Taxa de Endividamento: Percentual de consumidores que possuem dívidas na família;
• Taxa de Inadimplência: Percentual de consumidores com contas ou dívidas em atraso;
• Não terão condições de pagar dívidas: Percentual de consumidores que não terão condições de pagar as dívidas no próximo mês;
• Nível de Endividamento: Entre muito, mais ou menos ou pouco endividados;
• Principais tipos de dívida: Entre Cartão de Crédito, Cheque Especial, Cheque Pré-datado, Crédito consignado, Crédito Pessoal, Carnês, Financiamento de carro, Financiamento de casa e Outras Dívidas;
• Tempo de atraso no pagamento: entre até 30 dias, de 30 a 90 dias e mais que 90 dias;
• Tempo de Comprometimento com dívidas: entre até 3 meses, de 3 a 6 meses, de 6 meses a 1 ano e maior que 1 ano.
Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC)
Categoria
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Total
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Renda Familiar Mensal
|
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Até 10 SM
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+ de 10 SM
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Muito Endividado
|
13,5%
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14,3%
|
8,3%
|
Mais ou Menos Endividado
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21,2%
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21,7%
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17,7%
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Pouco Endividado
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25,5%
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25,7%
|
24,2%
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Não Tem Dívidas Desse Tipo
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38,5%
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37,0%
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48,0%
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Não sabe
|
1,1%
|
1,0%
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1,3%
|
Não Respondeu
|
0,3%
|
0,3%
|
0,6%
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Fonte: Pesquisa Direta CNC
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Para os próximos meses espera-se uma tendência de aumento do endividamento do consumidor. A economia brasileira saiu da crise retomando um modelo de crescimento econômico sustentado pelo mercado interno, em que a dinâmica entre as concessões de novos empréstimos e a venda de bens duráveis exercem grande importância. Os indicadores do mercado de crédito sugerem que as condições atuais são bastante positivas para a ampliação de novas concessões. Deste modo, o acompanhamento proporcionado pela PEIC, a partir deste mês, do perfil de endividamento do consumidor, permitirá analisar os limites desse endividamento, bem como a capacidade futura de consumo das famílias tendo em conta o comprometimento de sua renda com dívidas e sua capacidade de pagamento
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