Quarta-feira, 23 de dezembro de 2009 - 14h28
Daniel Lima
Agência Brasil
O efeito do aumento do salário mínimo é sempre positivo na economia, porque aumenta o poder de compra das famílias mais pobres. A opinião é do presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, José Luiz Pagnussat.
Ele lembrou que a elevação do mínimo de R$ 465 para R$ 510 significa que um grupo de trabalhares passará a comprar mais e, comprando mais, a demanda aumentará, provocando o aumento da produção e consequentemente as vagas no mercado do trabalho.
Segundo Pagnussat, o efeito será imediato na economia pois, diante da crise, aumentar a renda das famílias mais pobres, com transferência de renda e com o salário mínimo é melhor do que outro tipo de gasto, até mesmo de investimentos.
“Quando você está em crescimento normal da economia, próximo do que seria a capacidade máxima de produção do país, é importante que o gasto seja na forma de investimento e não em transferência de renda ou de aumento do salário mínimo”, disse.
.Pagnussat concorda que o outro lado da história é que, quem paga salário mínimo ou tem boa parcela dos seus empregados vinculados á variação do salário mínimo, como as prefeituras, terá mais dificuldade.
“A Previdência [o setor que tem] o maior impacto. Mas a solução é o governo buscar recursos para cobrir o deficit dcomo se tem feito na última década e meia com certa eficiência”, afirmou.
Ele indica que o mínimo não é o problema já que, ao se se observar o deficit do setor, apesar do aumento real do salário mínimo que ocorreu nos últimos anos, há uma relativa estabilidade.
“Então, é verdade vai aumentar o déficit na previdência , mas o efeito na economia é bastante positivo”.
Segundo o Departamento Instersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), estima-se que 46,1 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo. Com a mudança de R$ 465 para R$ 510, o incremento na economia será de R$ 26,6 bilhões. Para a arrecadação de impostos, a elevação será de R$ 7,7 sobre o consumo.
Os dados do Dieese também mostram que no setor público, o número de trabalhadores que ganha até um salário mínimo é pequeno em nível federal e estadual, mas nos municípios a participação é expressiva, principalmente no Nordeste.
No relatório, o Dieese informa que o peso relativo da massa de benefícios equivalentes a 1 salário mínimo é de 46,22% e envolve 69,0% do total de beneficiários.
"O impacto de um aumento de R$ 1,00 no salário mínimo sobre a folha de benefícios da Previdência pode ser estimado em R$ 241,1 milhões ao ano. Assim, o impacto do aumento para R$ 510,00 (variação de R$ 45,00) significará custo adicional ao ano de cerca de R$ 10,85 bilhões", informa o documento.
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