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Economia - Nacional

Eleições sem turbulência no bolso


Rui Pizarro (Agência O Globo) RIO - O período de eleitoral brasileiro costuma ser conturbado, influenciando nas decisões sobre o que fazer com o dinheiro. Mas não este ano, dizem analistas. A mensagem para o investidor, neste caso, serve também para o eleitor: a opção mais interessante deve ser, igualmente, a mais segura. Assim, e em se tratando de finanças pessoais, as aplicações em renda fixa e poupança são as ideais. No entanto, o investidor deve ficar atento a boas oportunidades em termos de longo prazo e quando o risco político praticamente inexiste. É o caso das ações. Tudo o que um investidor deseja de uma boa aplicação é segurança, liquidez e rentabilidade, mas essas variáveis têm pesos diferentes e dependem não só das escolhas e das quantias aplicadas mas, também, do momento em que o investimento é realizado. Para Álvaro Bandeira, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec-RJ), a calmaria que caracteriza o atual cenário eleitoral do país é positiva para os investidores. - Não há necessidade de uma cautela maior ou de grandes migrações. Como dizia Den Xiao Ping, não importa se o gato é branco ou preto; o que interessa é que ele cace os ratos. Ou seja, tanto faz Lula ou Alckmin; o que importa é que ambos se comprometam em manter os avanços da economia até aqui, que foram bons - analisa. - O melhor cenário seria uma vitória, em primeiro turno, do Lula. Ou então, o Alckmin entrando com reais possibilidades de vitória no segundo turno. Mesmo assim, não acredito que isso gere, no curto prazo, qualquer risco político a ponto de mexer com os mercados. Não vejo grandes diferenças entre aplicações seguras hoje e menos seguras, mais perto das eleições - acrescenta Jorge Alberto Cabral, gestor de Renda Fixa da corretora Concórdia. Para o pequeno e médio investidor com aversão a riscos e que necessita, eventualmente, recorrer ao dinheiro aplicado, a melhor alternativa sugerida pelos analistas é a poupança, apesar de a remuneração ser bem inferior à dos fundos.Os analistas ressaltam que a poupança permite a aplicação de pequenas somas, com liquidez a cada 30 dias e é isenta de imposto de renda, além de contar com a garantia do governo, por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), de resgate para quantias até R$ 20 mil. Embora não sendo muito popular no Brasil como investimento, o ouro está com a demanda em alta, seja em termos de commodity, seja como reserva de valor. Em momentos de incertezas, lembra Reginaldo Alexandre, diretor-técnico da Apimec, é muito procurado por se tratar de um investimento quase imune a crises, internas ou externas. Outra quase unanimidade entre os profissionais da área financeira, só que em termos negativos, no momento, é o dólar. A moeda apresenta desvalorização no mês e no ano, e só deve ser considerada em duas situações: no longuíssimo prazo e se o grau de insegurança do investidor for muito grande. No acumulado do ano, até o dia 10 deste mês, os investimentos mais rentáveis são o ouro, com rentabilidade nominal de 15,28%; seguido das carteira de ações do Ibovespa, com 11,65%; do CDB, com 10,49%; do CDI, com 9,50%; do FIF Renda Fixa, com 9,32%; e da Poupança, com 5,54%. Abaixo da variação da inflação acumulada, medida pelo IPCA (3,77%) e pelo IGP-M (1,39%), aparece o dólar, com desvalorização de 7,10%.

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