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Economia - Nacional

Mercados: DIs longos têm leve alta com piora no exterior


Agência O Globo SÃO PAULO - O clima pessimista no cenário internacional respinga no pregão de juros da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM e F) nesta quarta-feira, sustentando ligeira alta nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mais longos. As palavras do presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, no final da manhã, fecharam a bateria de notícias negativas desta sessão no exterior, que prevaleceu sobre as divulgações locais mais favoráveis relativas ao PIB nacional e à inflação brasileira. Às 13h30, o contrato de DI para abril indicava estabilidade, a 12,65% ao ano. A taxa para julho marcava 12,40% anuais, com decréscimo de 0,01 ponto percentual. O vencimento de janeiro de 2008 sinalizava 12,04% ao ano, estável. O contrato para janeiro de 2009 registrava 11,70% anuais, com acréscimo de 0,02 pontos, mas chegou a tocar os 11,74% ao ano, na máxima. Janeiro de 2010 projetava 11,66% ao ano, com avanço de 0,02 ponto. De acordo com o responsável pela área de BM e F da corretora Ativa S.A., Marcelo Porto, o mercado continua bastante sensível. "Os investidores continuam indecisos sobre que direção tomar", disse. Muitos indicadores, principalmente sobre a economia norte-americana, têm mostrado direções divergentes, deixando os agentes financeiros confusos. "Assim como os agentes pressionam a alta da taxa, depois avaliam que não existe motivo para o aumento nos juros e daí devolvem os ganhos", exemplificou o profissional. Nesta quarta-feira, o mau humor começou cedo, com a disparada do petróleo em meio a rumores de que o governo britânico enviaria uma equipe para resgatar os militares ingleses detidos pelo Irã desde a última sexta-feira. A informação foi negada por autoridades do Reino Unido e a commodity reduziu o avanço. A manutenção da alta pelo sexto dia seguido, porém, mantinha os investidores desgostosos. O viés negativo ganhou nos dados sobre encomendas de bens duráveis dos EUA mais um suporte. Os pedidos desses itens subiram 2,5% em fevereiro. Apesar de inverter a direção tomada em janeiro, de queda de 9,3% (número revisto), o incremento ficou abaixo das expectativas de muitos economistas, que previam elevação de 3,5% a 3,8%. O baixo astral ainda encontrou amparo em notícias desfavoráveis sobre o setor imobiliário dos EUA, que derrubaram as ações das construtoras em Wall Street. Para completar a manhã, o presidente do Fed disse que economia dos EUA deve crescer a um ritmo moderado este ano, com a inflação abrandando gradualmente. Bernanke falou ao Congresso, em Washington. Apesar disso, o titular da autoridade monetária norte-americana observou que as incertezas aumentaram nas últimas semanas e que a inflação "permanece desconfortavelmente alta". Foi o suficiente para manter o pessimismo nos pregões. Há pouco, o indicador acionário Dow Jones cedia 0,46%. No cenário doméstico, as revisões para cima do PIB brasileiro de 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e para baixo da projeção de inflação para 2007 do relatório de inflação do Banco Central (BC) foram quase ignoradas, diante do mal-estar do exterior. O IBGE informou que PIB nacional cresceu 3,7% em 2006 depois das mudanças feitas pelo na metodologia de cálculo das riquezas nacionais. Na série antiga, a expansão no ano passado foi de 2,9%. O novo resultado também é superior às projeções de muitos economistas, que esperavam um incremento em torno de 3,5% e o resultado também superou as expectativas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estimava uma variação entre 3,3% e 3,5%. Ainda na parte da manhã, o BC divulgou o seu Relatório Trimestral de Inflação relativo a março. No documento, a instituição avaliou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve terminar o ano de 2007 com alta 3,8% - previsão levemente inferior à do relatório de dezembro (3,9%). O cenário de referência nessas previsões inclui manutenção da taxa Selic em 12,75% ao ano e taxa de câmbio constante em cerca de R$ 2,10. O BC também elevou para 4,1% a projeção de crescimento real do PIB em 2007. No documento anterior, de dezembro, a expectativa era de expansão de 3,8% da economia brasileira. Na avaliação de Porto, tais números não alteraram as perspectivas do mercado em relação à taxa de juros da economia brasileira, que deve seguir a trajetória de baixa, com cortes de 0,25 ponto, no curto prazo. (Paula Laier | Valor Online)

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