Terça-feira, 24 de novembro de 2020 - 20h22
Muito se fala sobre a privatização da Saúde, mas o que poucos sabem é
que Sistema Único de Saúde (SUS) evoluiu de uma iniciativa do setor privado. Em
entrevista ao programa “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, Wilson Modesto
Pollara, superintendente do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público
Estadual (IAMSPE), fez uma retrospectiva do sistema de saúde no Brasil e
explicou porque não vê fundamento no debate sobre privatização.
Pollara conta que, no Brasil, as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) começaram
na Constituição de 88 com a ideia de equipes formadas por agentes comunitários
de saúde para atendimento da população. No entanto, notou-se que a maioria dos
municípios não tinha condições de montar esta estrutura. “Aqui entram as
organizações sociais, que são entidades privadas: uma entidade sem fins
lucrativos se une a uma entidade filantrópica, geralmente uma Santa Casa. É
feito um estudo da necessidade daquela região e, por licitação, são escolhidos
os prestadores de serviços. Dessa forma, o privado passa a gerir o que é
público”, explica. Segundo ele, hoje 70% dos atendimentos do SUS são feitos por
entidades privadas.
O superintendente o IAMSPE afirma que, quando se fala em privatização,
não é sobre a venda do sistema UBS. “O setor privado tem mais condições de
administrar uma entidade como uma UBS do que o público. Portanto, a tendência é
expandir as organizações sociais com parcerias público-privadas. Se uma
instituição privada faz alguma algo bem feito como transplante, por que não
contratar pelo SUS para toda a população?”, argumenta e finaliza.
Atenção à legislação
federal sanitária
Tramita na Câmara dos Deputados o PL 2267/20, que agrega tipificações e
penalizações a estabelecimentos que não cumprirem a legislação federal
sanitária. As punições vão desde advertência, multa, intervenção e até o
cancelamento das licenças. Todo estabelecimento, especialmente aqueles que
manipulam alimentos, produtos químicos ou fábricas de bebidas de qualquer tipo,
estão obrigados a oferecer equipamentos de proteção individual (EPI’s) não só à
empregados contratados, mas a terceirizados, clientes, fornecedores e
frequentadores daquele ambiente. “A lei também se estende às academias”, lembra
o advogado Marcos Tavares Leite. “Todo empresário, não importa o porte da
empresa, deve ficar atento”, orienta.
Um alerta para o
Brasil
Os noticiários sobre as eleições americanas e sobre a vacina de proteção
contra o novo coronavírus fizeram com que os principais indicadores econômicos
mundiais subissem, conta o economista Alexandre Chaia. “Estamos em compasso de
espera”, analisa. Para ele, o Brasil tem ainda um problema adicional com o
governo se complicando do ponto de vista do reconhecimento da vitória de Biden.
“Pode prejudicar nossas relações com os Estados Unidos e ficarmos, assim, sem
grandes parceiros comerciais, visto que já existe uma relação complicada com a
China e Europa. Se o mundo se fechar ao Brasil teremos um ano tão ruim quanto
foi 2020”, afirma.
Gestão disciplinada
de caixa
O controle de caixa com projeções e acompanhamento deveria fazer parte
da rotina para manter qualquer negócio saudável, avalia o economista Salvatore
Milanese. Para ele, uma empresa quebra por falta de caixa e não porque
eventualmente dá prejuízo contábil. “O momento é delicado, a crise não passou.
Gestão de caixa disciplinada é uma obrigação para sobreviver”, orienta
Milanese.
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