Terça-feira, 14 de julho de 2020 - 18h07
Brasil em
recessão?
O Comitê de
Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou um
comunicado em junho informando que o Brasil entrou em um período de recessão a
partir do primeiro trimestre de 2020. A recessão interrompe um ciclo de 12
trimestres com expansão econômica.
O
encolhimento da economia brasileira no pós-pandemia já era algo previsto, mas
com mais dados disponíveis, prognósticos ajudam a pensar em saídas para a
crise, ou ao menos, minimizar os estragos que ela pode causar. Em entrevista ao
programa de TV “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, o economista e jornalista
Luís Artur Nogueira, prevê que a economia brasileira encolha 7%, em uma
situação que não se tenha um novo fechamento em um período de isolamento
social.
Para reverter isso, o Governo Federal tem lançado programas para
tentar ajudar as micro e pequenas empresas, especialmente com a oferta de
crédito. Entretanto, o acesso ao crédito tem enfrentado dificuldades. “O fato é
que o dinheiro ficou parado nos grandes bancos. O Governo tem se esforçado,
lançou pacotes, o Banco Central tem dito que o dinheiro vai chegar na ponta. O
Tesouro Nacional tem assumido o risco dos empréstimos, mas o fato é que um
oligopólio, meia dúzia de bancos - como falou inclusive o ministro Paulo Guedes
- está dizendo não ao pequeno empresário. E se o crédito não chegar na ponta,
milhares de empresas vão falir, vão entrar em recuperação judicial”, afirmou.
O economista explica que essa recusa dos bancos vem do medo do
calote. “O banqueiro faz uma conta muito simples: ele prefere perder uma parte
do que ele já emprestou, a emprestar mais e correr ainda mais risco no futuro.
Então, o banco contrai. Tem também uma ineficiência do mercado. Não poderia ter
só meia dúzia de bancos controlando 90% do crédito no país. Falta concorrência,
falta o Governo estimular fintechs para que elas emprestem dinheiro, falta
estímulo ao cooperativismo de crédito que poderia nesse momento ter um papel de
protagonismo e emprestar para o microempresário que não tem acesso ao grande
banco. Falta o Governo usar os bancos públicos como indutores dos empréstimos,
mas o curioso é que o próprio banco público se comporta como se fosse um banco
privado. Ele também tem medo de perder dinheiro, o que é um negócio maluco no
meio da crise, porque quanto menos ele emprestar, mais ele vai perder no
futuro, o que é um contrassenso”, explica.
Uma proposta é realizar isenções fiscais para empresas,
especialmente com a condição de que elas não demitam. “Se ele tá percebendo que
pelo canal do crédito não está indo, o que o Governo poderia fazer? Vai pelo
canal fiscal. Começa a isentar as empresas de impostos, faz uma transferência
de renda. Não se fez uma transferência de renda para população de baixa renda,
por exemplo? Por que não criar isso para o micro, pequeno e médio? Alguma forma
de ter um bônus fiscal, uma espécie de um crédito que ele receba para
sobreviver. “Sai mais barato para o governo injetar dinheiro na economia e
salvar as empresas do que depois ficar pagando seguro desemprego. Sai mais barato
para você salvar o emprego hoje e garantir arrecadação de amanhã, porque a
empresa não quebra. Assistir: https://youtu.be/
Pequenas empresas recorrem a justiça pela ilegalidade do
pagamento do imposto na entrada de mercadorias no estado
Todo
empreendedor, ao começar a abrir seu próprio negócio, deve levar em conta suas
obrigações fiscais referentes ao seu ramo atividade. Estar atento a isso mantém
a empresa na legalidade e evita problemas com o fisco. Mas atualmente as
empresas enquadradas no Simples Nacional, que são as Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte, estão sendo obrigadas, ilegalmente e por força de normas
estaduais totalmente inconstitucionais, a recolherem, por antecipação, o
imposto ICMS equivalente à diferencial de alíquotas.
O advogado
Matheus Victor Calmon Sobral, da Calmon Sobral e Associados, que assessora o
Simpi/RO em SP, relata que em sua visão “a cobrança das empresas do
Simples é abusiva e ilegal. Além disso, tenho convicção que o STF não dá a
atenção devida e urgente ao assunto”, completa.
Na prática, os tributos das empresas do Simples Nacional são
calculados mediante a aplicação de uma alíquota única incidente sobre a receita
bruta mensal. Com a implantação do DIFAL (Diferencial de Alíquota), surge uma
nova guia de recolhimento, que é a antecipação do ICMS na entrada no estado de
destino. O advogado do SIMPI/ASSIMPI em São Paulo, Marcos Tavares, explica que
“Eis aqui o grande prejuízo: as empresas optantes do SIMPLES passam a ser mais
oneradas do que as empresas não optantes. A antecipação do ICMS deveria
permitir ao menos a dedução dos valores devidos pelo contribuinte”, diz.
João Carlos Laino, presidente do SIMPI no Mato Grosso, revela sua
opinião de modo que “As micro e pequenas empresas, mereceram no regramento
jurídico constitucional, um tratamento diferenciado e favorecido em relação às
medias e grandes empresas de todos os setores da economia. Portanto, o
tratamento diferenciado, simplificado e favorecido são princípios
constitucionais que de há muito vem sendo violados pela legislação
infraconstitucional”, relata. Com o mesmo parecer os presidentes do Simpi de
Pernambuco Wolnei Queiroz, e do Pará Carlos Magno relatam mais esta
aberração jurídica existentes em todos os estados “Criam a lei para
suprir o artigo constitucional que trata de dar igualdade aos
desiguais, e os tornam mais desiguais ainda, onde as grandes
empresas pagam o imposto do diferencial e as pequenas este imposto
e mais o do faturamento” parece piada complementa.
Em muitos Estados já se discute esse assunto por meio de ações
judiciais. Tanto que a suprema corte (STF) mandou que todas as ações fossem
suspensas, por segurança, evitando assim decisões judiciais diferentes sobre o
assunto. Desta forma o embate continua.
30% das pequenas empresas tiveram negados os pedidos de
financiamento mesmo com aval do Governo Federal
O
levantamento, realizado pelo Datafolha, encomendada pelo Simpi/Assimpi, mostra
que apenas 4% conseguiram financiamento. As linhas com garantia do governo
federal são o Pronampe, que usa recursos do Tesouro para garantir os
empréstimos, e a linha para financiamento da folha de pagamento e até o dia 25,
só 14% das empresas afirmaram ter recebido comunicado da Receita. Segundo a
pesquisa, o percentual de indústrias sem acesso ao crédito estava em 79% no
final do mês passado, nível ainda alto, apesar da melhora em relação aos cerca
de 90% verificados nos levantamentos realizados de abril até a primeira
quinzena de junho. Até o momento, apenas o Banco do Brasil, a Caixa e o Banco
de Desenvolvimento de Minas Gerais estão operando a linha. A pesquisa mostra
que 61% das empresas têm interesse na linha. Para o presidente da Assimpi/Simpi
SP, o fato de não haver instituições privadas operando a linha preocupa, pois
as instituições públicas não têm condições de atender sozinhas a essa demanda.
"Torcemos para que o sistema financeiro libere esses empréstimos e o
dinheiro chegue na ponta. "Se o dinheiro não chegar rapidamente, os
resultados serão muito ruins". Ainda de acordo com a pesquisa, 35% das
empresas já demitiram algum funcionário desde o início da crise causada pelo
coronavírus, sendo que 21% demitiram mais de 30% do seu quadro de pessoal.
Entre os entrevistados, 67% possui algum cliente ou fornecedor que faliu ou
entrou em recuperação na crise atual. "Você tem 25% das empresas que, nos
próximos 30 dias, se não chegar dinheiro na ponta, vão entrar com pedido de
recuperação judicial ou falência. Se olhar para trás, somando recuperação e
falência de clientes e fornecedores, está tendo uma quebra da cadeira
produtiva", afirmou Couri. Ver pesquisa completa: http://www.simpi.
Senador Carlos Favaro cobra bancos privados para PRONAMPE
O senador
por Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), cobrou nesta segunda-feira (13) maior
celeridade das instituições financeiras do Brasil na adesão do Programa
Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Sancionada desde 19 de maio, a Lei Federal 13.999 abre crédito especial no
valor de R$ 15,9 bilhões para tentar garantir recursos aos pequenos negócios e
manter os empregos durante a pandemia do novo coronavírus.
No entanto, apenas a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil oficializaram a participação, enquanto os bancos privados Itaú Unibanco, Bradesco e Santander foram autorizados mas ainda não começaram a operar a linha de crédito.“No Congresso, nós fizemos a nossa parte em viabilizar recursos para minimizar os impactos econômicos causados pela pandemia. O Executivo sancionou a lei e agora estamos cobrando as instituições financeiras para que esses recursos cheguem na ponta e façam a diferença. Essa pandemia, que é avassaladora sobre a vida dos seres humanos, também é avassaladora na vida das empresas”, disse ele em suas redes sociais. Fávaro participou de uma reunião virtual da comissão do Congresso Nacional que fiscaliza as ações do governo ligadas ao combate à crise e apontou que as micro e pequenas empresas de Mato Grosso vivem um quadro dramático.“31% das micro e pequenas empresas no Mato Grosso hoje estão fechadas. 29,5% destas empresas já demitiram funcionários. E 44% deste segmento buscou crédito em instituições financeiras, mas 64% delas foram ignoradas”, disse ele.
Confira pagamentos e tributos adiados ou suspensos durante
pandemia
Terminar o
mês escolhendo quais boletos pagar. Essa virou a rotina de milhões de
brasileiros que passaram a ganhar menos ou perderam a fonte de renda por causa
da pandemia do novo coronavírus. Para reduzir o prejuízo, o governo adiou e até
suspendeu diversos pagamentos nesse período. Tributos e obrigações, como o
recolhimento das contribuições para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS), ficarão para depois. Em alguns casos, também é possível renegociar. Veja
como ficou:
• Adiamento, por seis meses, da parte federal do Simples Nacional.
Os pagamentos de abril, maio e junho passaram para outubro, novembro e
dezembro.
• Adiamento, por três meses, da parte estadual e municipal do
Simples Nacional. Os pagamentos do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS, pertencente aos estados) do Imposto sobre Serviços (ISS, dos
municípios) de abril, maio e junho passaram para julho, agosto e setembro.
• Adiamento dos parcelamentos das micro e pequenas empresas
devedoras do Simples Nacional. As parcelas de maio passaram para agosto, as de
junho para outubro, e as de julho para dezembro.
Microempreendedores individuais (MEI)
• Adiamento das parcelas por seis meses. Os pagamentos de abril,
maio e junho passaram para outubro, novembro e dezembro. A medida vale tanto
para a parte federal como para parte estadual e municipal (ICMS e ISS) do
programa.
• Adiamento dos parcelamentos das micro e pequenas empresas
devedoras do Simples Nacional. As parcelas de maio passaram para agosto, as de
junho para outubro, e as de julho para dezembro.
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