Terça-feira, 16 de junho de 2020 - 20h10
Depois de ficar de fora da
lista no ano passado, o Brasil é a única
nação da América Latina a compor a lista no ranking de 2020 dos 25 países mais
confiáveis para o investimento estrangeiro direto (IED), segundo indicador
produzido pela consultoria norte-americana A.T. Kearney, divulgado nesta
terça-feira (16). Pelo oitavo ano consecutivo, os Estados Unidos lideram como o
mais atrativo para investimentos estrangeiros, seguido por Canadá, Alemanha,
Japão e França. Completam a lista dos dez primeiros colocados, pela ordem:
Reino Unido (6º), Austrália (7º), China (8º), Itália (9º) e Suíça (10º).
Os
fatores que impulsionaram os investimentos
O Índice de Confiança do
Investimento Estrangeiro Direto (IED) da Kearney é uma pesquisa anual feita com
executivos das 500 maiores empresas do mundo, desde 1998. As classificações são
calculadas com base em perguntas sobre a probabilidade de as empresas dos
entrevistados fazerem um investimento direto em um mercado nos próximos três
anos. A pontuação varia em uma escala de 1 a 3. No caso do Brasil, a pontuação
apurada foi de 1,65. "Depois de sair do ranking de 2019, o Brasil retoma
uma posição este ano, ficando em 22º lugar. Entre os fatores que impulsionaram
o sentimento de investimento estão a aprovação da reforma da previdência e os
esforços do governo para ampliar as privatizações, o que devem estimular o
crescimento da economia", diz o relatório da Kearney sobre o desempenho do
Brasil. A consultoria define
investimento estrangeiro direto como aplicação de capital por uma empresa
estrangeira em uma empresa em um país diferente. É o mesmo conceito definido
pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad),
de que se trata de “um investimento que envolve um relacionamento de longo
prazo e reflete um interesse e controle duradouros por uma entidade residente
em uma economia (investidor direto estrangeiro ou empresa-mãe) de uma empresa
residente em outra economia (IDE) empresa ou afiliada empresa ou afiliada
estrangeira)”
Os
efeitos da pandemia podem diminuir a atração de capitais para o país
O levantamento da Kearney foi
feito entre 27 de janeiro e 3 de março, antes da eclosão da pandemia do novo
coronavírus, e os efeitos da crise global só foram captados de forma parcial,
no final das entrevistas. "No início do período da pesquisa, antes da disseminação
do vírus, os líderes empresariais eram razoavelmente otimistas sobre a economia
global e o futuro do investimento direto. A covid-19 parecia estar contida na
Ásia. De fato, mais investidores disseram estar mais otimistas sobre o próximo
ano do que no ano passado. No entanto, quando os investidores perceberam que
estavam 'entrando na tempestade' nas últimas duas semanas da pesquisa, a
confiança dos investidores diminuiu de maneira previsível em todos os setores -
para mercados desenvolvidos, emergentes e de fronteira, refletindo o rápido
surto da pandemia", diz a Kearney em seu relatório. Segundo a consultoria,
os investidores passaram a priorizar a indicação de mercados grandes e
estáveis, com estruturas políticas e regulatórias mais previsíveis. Para a
Kearney, o cenário favorece a reorientação de investimentos para as economias
mais desenvolvidas, uma tendência que já vinha sendo verificada nos últimos
anos.
Fonte: Usina de Ideias/Agência Brasil.
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