Quarta-feira, 23 de setembro de 2020 - 08h17
O Índice de Confiança do
Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu, outra vez, em setembro, a maior alta
da sua história (+14,4%), subindo a 91,6 pontos e se aproximando da zona de
otimismo (acima dos 100 pontos). O crescimento mensal, o terceiro consecutivo,
foi o maior desde o início da realização da pesquisa, em abril de 2011. No comparativo
anual, entretanto, houve queda de 23,1%. Para o presidente da CNC, José Roberto
Tadros, a flexibilização das medidas de distanciamento social deve sustentar a
retomada gradual da atividade econômica no terceiro trimestre. Segundo sua
opinião “O volume de vendas do comércio tem apresentado crescimento nos últimos
meses, impulsionado pela reabertura das lojas do varejo não essencial, o que
tem impactado na percepção cada vez mais otimista dos comerciantes”.
Em
Rondônia a preocupação maior é com o turismo, restaurantes e bares, balneários
e parque aquáticos.
Já o presidente da Federação
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO,
Raniery Araujo Coelho, afirmou que ainda não existem dados sobre o comércio de
Rondônia, mas, como a região Norte, em geral, tem tido uma expectativa mais
otimista em relação à recuperação econômica “É de se esperar que setembro tenha
sido também muito melhor para a economia de Rondônia não apenas pela manutenção
dos auxílios emergenciais, mesmo que em valores menores, mas, também por
medidas adotadas pelo governo estadual, como a de não cobrar o ICMS na entrada
das mercadorias, o deve melhorar o caixa das empresas e continuar apoiando o
consumo das famílias até o fim do ano”.
A Economista da CNC
responsável pela pesquisa, Izis Ferreira chama a atenção para a proporção de
empresários do varejo que afirmaram ter pretensão de aumentar o quadro de
funcionários em setembro (50,6%, contra 33,2% em agosto). “A intenção de
contratar pelo comércio avançou em todas as regiões do País, e mais da metade
dos comerciantes já pretende aumentar o quadro”, destaca. “Em julho, cerca de
75% dos comerciantes afirmavam que reduziriam a quantidade de funcionários, um
quadro que se reverteu rapidamente nos últimos dois meses.” Ainda segundo Izis,
com a necessidade de isolamento social e as lojas do varejo não essencial
mantidas fechadas por meses durante a pandemia, os estoques, inevitavelmente,
ficaram obsoletos, mesmo com parte das vendas efetuadas pelo comércio
eletrônico: “Alguns segmentos do varejo foram particularmente afetados, como
vestuário, calcados e acessórios, então estão adotando estratégias para
readequar o nível dos estoques diante das vendas, que deverão avançar ainda em
ritmo gradual”.
No entanto, a Assessoria
Econômica da Fecomércio/RO demonstra grande preocupação com os setores mais
atingidos por medidas de restrição, como o de turismo, com as viagens em baixa,
restaurantes e bares, que permanecem mais tempo fechados e com restrições ao
atendimento. Em nota técnica, destaca-se a necessidade de maior atenção a esses
segmentos tendo em vista sua capacidade de geração de renda e de emprego que
foi profundamente afetada com a crise do covid-19. E, principalmente, a questão
dos banhos, balneários e parque aquáticos, que são os mais duramente atingidos
por medidas restritivas. Segundo os técnicos, os empreendimentos deste tipo, em
grande parte completamente fechados, encontram enorme dificuldade de
sobrevivência. Muitos deles tiveram que dispensar pessoal e não conseguem
sequer cuidar da manutenção de suas instalações, o que se constitui num
problema inclusive ambiental, de vez que, a grande maioria deles, cumpre também
um papel de proteção à fauna e à flora em sua volta, além de suas funções de
lazer e de turismo.
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