Terça-feira, 9 de junho de 2020 - 11h22
Em meio à
crise causada pelo novo Coronavírus, os produtores das Indicações Geográficas
(IGs) também estão procurando novas alternativas e uma delas é o e-commerce e
as redes sociais, como já vem acontecendo com as vinícolas do Vale dos Vinhedos
e os produtores de queijo da Canastra. O novo canal de venda também será
adotado pelos artesãos do Nordeste, que já procuram as vendas online para
enfrentar a crise, que afetou a economia do país e do mundo, atingindo
principalmente os pequenos negócios.
Um dos
segmentos das IG beneficiado com a pandemia foi o de vinhos, principalmente do
Sul do país. “Produzimos uma vez por ano e essa safra de 2020 aconteceu quando
ainda não tinha a crise do Coronavírus”, conta Jaime Milan, consultor da
Aprovale, entidade gestora da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, no Rio
Grande do Sul. “O vinho passou a ser a bebida da quarentena e por isso passou a
ter uma grande comercialização, principalmente no e-commerce”, comemora.
Ao
contrário do vinho, o comércio de queijo da IG Canastra, em Minas Gerais, teve
uma queda no início da fase de isolamento social. Muitas micro e pequenas
empresas da região diminuíram a produção nesse período. Mas, segundo João
Carlos Leite, presidente da Associação dos Produtores de Queijo Canastra
(Aprocan), apesar da diminuição das encomendas pelas lojas de queijos e da
queda nos preços nesse período, os negócios estão sendo retomados. “Tivemos que
modificar a logística e uma das alternativas foi o e-commerce, a venda pelo
WhatsApp e outros canais digitais”, explica o produtor, ressaltando que até
mesmo os valores antes cobrados estão sendo retomados. “Hoje já está faltando
queijo”, observa.
No
Nordeste, o principal prejudicado com a crise foi o segmento do artesanato. Por
conta disso, muitos artesãos procuraram alternativas para sobreviver à crise.
Exemplo disso foram as mulheres que trabalham com o bordado-filé, um dos
produtos típicos de Alagoas e uma fonte de renda de muitas famílias do estado.
“Muitas artesãs estão fazendo máscaras e enfeites”, conta Petrúcia Lopes,
vice-presidente do Instituto do Bordado Filé da IG da Região das Lagoas
Mundaú-Manguaba, de Alagoas (Inbordal). “Temos que nos reinventar e nos adaptar
a esse momento”, diz a artesã, que também está criando uma plataforma de
comércio online.
Mas tanto
o segmento de vinhos como o do queijo e artesanato acreditam na retomada do
turismo em suas regiões. Segundo os produtores, em todos os municípios onde
estão localizadas as Indicações Geográficas, as prefeituras já estão adotando
protocolos de segurança e higiene para receber visitantes em breve, acreditando
no potencial das IGs para atrair turistas que querem conhecer produtos
diferenciados e únicos, vivenciar a experiência de produção e mergulhar na
cultura desses territórios.
O Sebrae
Nacional integrado aos Agentes Sebrae nos estados, lidera o levantamento das
potenciais IGs do Brasil, e em Rondônia já identificou três possibilidades de
Indicações Geográficas, as quais passaram na análise da empresa Inovates,
contratada pelo Sebrae Nacional para a identificação dos produtos que carregam
características de promover a sua origem. A região do Vale do Jamari poderá ser
reconhecida pela produção do peixe tambaqui, a região central de Rondônia
poderá ser reconhecida pela sua produção de cacau, e a região de Vilhena com
possibilidade de obter o registro pela sua produção de Mel de Abelha, esses
produtos agregam valor e renda para os empreendedores locais. Rondônia ainda
não tem registros de IG, mas seus produtores já se utilizam das soluções de
transformação digital e enquanto se trabalha para conseguir essas indicações,
as vendas online já ganham espaço. Os trabalhos estão no começo, o tempo para
reconhecimento de uma IG, leva pouco mais de dois anos.
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