Terça-feira, 7 de julho de 2020 - 19h56
Muito blá blá blá mas as “ajudas” do
governo não chegam a pequena empresa
Desde o início da pandemia consegue se perceber as
dificuldades que viriam com as medidas adotadas pelos governos estaduais e
municipais, quando decidiram pelos fechamentos das empresas industriais e
comerciais do país. O Congresso Nacional, assim como o Governo Federal, tomou
medidas para evitar a grande quebradeira que viria por aí. O setor produtivo do
país, vindo de uma enorme recessão dos tempos dos governos anteriores e que
começava a respirar “sem aparelhos”, vê novamente o abismo se aproximar e pior
, com as portas fechadas, sem poder trabalhar com as contas fixas tendo que ser
pagas e os funcionários tendo que se alimentar. Pesquisas nacionais feitas pelo
Sebrae, mostraram que mais de 500 mil pequenas empresas sumiram do mapa, mas os
números da Receita Federal do Brasil indicam que 664 mil empresas optantes do
Simples foram abertas em plena pandemia. O que explica? Com certeza sabemos que
os planos de governo não funcionaram. O Pronampe por exemplo só conseguiu ser
utilizado em 6% de seus recursos e ainda assim com média de R$ 300 mil por
tomador, ou seja, não são as microempresas. Mas é hora de perguntar, por que as
ajudas não ajudam? A resposta é mais simples do que o governo possa imaginar,
pois bancos e pequenas empresas nunca se bicaram. E o governo ao editar o
sistema Pronampe, fez mais do mesmo. Como querer resultados diferentes se faz
sempre do mesmo jeito? Dr. Paulo Guedes, quer saber como fazer? É só colocar o
dinheiro nas contas das empresas. Os bancos não vão e não querem correr o risco
de colocar o dinheiro na ponta para o pequeno, porque se houver inadimplência
ele vai perder. A solução seria um depósito direto do governo na conta da
empresa. O Governo Federal depositou o dinheiro para a economia informal, por
que então o empresário que está na economia formal que tem CNPJ, endereço fixo,
e trabalhando a muitos anos, não pode? A Receita Federal tem todos os dados,
tanto que já enviou a todos que poderiam tomar o empréstimo a comunicação
oficial. Fica claro que mais uma vez, e
ao contrário do que dita nossa constituição, teremos o tratamento diferenciado,
mas ferrado. Isso não tem lógica.
Agronegócio é um dos menos impactados
na pandemia do coronavírus
Enquanto indústria e comércio tiveram diversas
perdas no país durante a pandemia, o agronegócio conseguiu obter resultados
positivos no período. A categoria reúne desde as pesquisas de sementes e
insumos, passando pela agricultura nas propriedades rurais, e chegando até as
exportadoras, onde o resultado recente é expressivo.
Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA) mostram que as exportações brasileiras no agronegócio tiveram
recorde no acumulado de janeiro a maio de 2020 e fecharam em US$ 42 bilhões, o
maior valor já registrado para os primeiros cinco meses do ano. O resultado
representou uma alta de 7,9% em comparação a 2019.
Em entrevista ao programa de TV “A Hora e a Vez da
Pequena Empresa”, o secretário estadual de Agricultura, Gustavo Junqueira,
disse que o que ajudou no estado de São Paulo foi tornar a agricultura um
serviço essencial. “Este foi um momento importante que conseguiu organizar o
sistema do agro para que não houvesse ruptura das cadeias”, afirmou.
Os números do agronegócio brasileiro nos últimos
meses são positivos, mas a avaliação precisa ser aprofundada para entender como
a pandemia e o isolamento social impactou no dia a dia do agricultor. Quando
você tem a chegada da pandemia, fecha restaurantes, o que acontece? Esse grande
consumo de queijos reduz drasticamente. O produtor que se especializou em leite
sólido fica sem um destino. A demanda nos supermercados se altera e há uma
corrida para comprar o leite em caixinha, que é um alimento fundamental que
pode ser guardado. Mas aponta ainda outro desafio que repercute nacionalmente.
“O que temos aqui é a necessidade de aberturas de novos mercados sempre. Até
agora, o agrobrasileiro tem sido comprado e não necessariamente tem sido
vendido. Esse é o próximo passo, onde a diplomacia brasileira e a produção
precisam andar de mãos dadas porque são negociações que precisam ser feitas com
países amigos e a longo prazo.
BNDES disponibiliza R$ 5 bi para micro,
pequenas empresas
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) alcançou na linha de empréstimo para capital de giro o total de
R$5 bilhões para micro, pequenas empresas. O valor estava previsto no plano
inicial de enfrentamento ao novo coronavírus, apresentado pelo banco de fomento
em março, no início da pandemia de covid-19.
Segundo o BNDES, já foram aprovadas 16.318
operações com 15.094 empresas, que empregam 372.800 pessoas, com valor médio de
R$ 318 mil por operação. Como a pandemia ainda não acabou, o programa vai ser
ampliado até o fim do ano, com a disponibilização de mais R$5 bilhões.
O BNDES informa que o principal setor econômico
contemplado pela linha de empréstimo foi o de comércio e serviços, que adquiriu
79,7% dos recursos, seguido pelo de indústria de transformação (19,5%). O
agronegócio ficou com 0,7% dos recursos e a indústria extrativista, 0,1%.
O objetivo do Crédito Pequenas Empresas nesta
segunda etapa será o mesmo, segundo o banco. “Oferecer recursos para o uso
livre das empresas, de maneira simples e ágil, por meio dos agentes financeiros
parceiros (cooperativas de créditos e bancos comerciais, públicos ou
privados)”. Podem solicitar o financiamento empresas com faturamento de até R$
300 milhões anuais. O valor liberado é de até R$ 70 milhões por ano, com carência
de até 24 meses e prazo para pagamento de até 60 meses. As taxas de juros são
negociadas entre a empresa e o agente financeiro.
Bolsonaro sanciona MP que criou
programa de manutenção do emprego
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta
segunda-feira (6) a Medida Provisória (MP) 936, que instituiu o Programa
Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda. Editada pelo próprio presidente
no início de abril, a MP tramitou no Congresso Nacional e foi aprovada pelos
parlamentares no mês passado, com algumas alterações.
O dispositivo permite, durante o estado calamidade
pública devido à pandemia do novo coronavírus, a suspensão do contrato de
trabalho por até 60 dias e a redução de salários e da jornada de trabalho pelo
período de até 90 dias. No caso de redução, o governo paga um benefício
emergencial ao trabalhador, para repor parte da redução salarial e, ao mesmo
tempo, reduzir as despesas das empresas em um período em que elas estão com
atividades suspensas ou reduzidas.
Esse benefício pago pelo governo é calculado
aplicando-se o percentual de redução do salário ao qual o trabalhador teria
direito se requeresse o seguro-desemprego, ou seja, o trabalhador que tiver
jornada e salário reduzidos em 50%, seu benefício será de 50% do valor do
seguro desemprego ao qual teria direito, se tivesse sido dispensado. No total,
o benefício pago pode chegar até a R$ 1.813,03 por mês.
Mudança
Em sua versão original, a MP 936 previa que o
contrato de trabalho poderia ser suspenso por até 60 dias. Já a redução
salarial não poderia ser superior a 90 dias. Na Câmara dos Deputados, foi
aprovada a permissão para que esses prazos sejam prorrogados por um decreto
presidencial enquanto durar o estado de calamidade pública, alteração mantida
pelos senadores.
A MP, agora sancionada, prevê ainda que suspensão
ou redução salarial poderá ser aplicada por meio de acordo individual com
empregados que têm curso superior e recebem até três salários mínimos (R$
3.135) ou mais de dois tetos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou
seja, salários acima de R$ 12.202,12. Trabalhadores que recebam salários entre
R$ 3.135 e R$ 12.202,12 só poderão ter os salários reduzidos mediante acordo
coletivos. Ver MP aqui:
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