Quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021 - 09h16
Malgrado as indiscutíveis
qualidades do ministro da Economia, Paulo Guedes, seu argumento para evitar uma
nova rodada do auxílio emergencial não é bom. Claro que é importante manter a
responsabilidade fiscal, porém, ao dizer que “Nós temos que arcar com essa
guerra e não simplesmente empurrar irresponsavelmente esses custos para as
gerações futuras." Nós, quem cara-pálida? Há uma enorme parcela da
população brasileira que não tem como arcar com tais custos e, realmente,
precisa de apoio no momento atual ou não terão futuro nem no curto prazo. O termo
guerra, aliás, no caso é mau empregado. Trata-se de uma calamidade. Agravada
por decisões políticas ruins de confinamento. Infelizmente, numa situação
assim, com a legião de pessoas que perderam renda e com a morte intensa de
CNPJs, que aumentaram o desemprego, a boa ciência econômica nos ensina que não
há para onde correr senão para os cofres da União. O ministro da Economia está
correto na sua postura de zelar pelas contas públicas, porém este custo é do
governo pelos erros de política e não por conta das empresas e da população que
foram cerceadas de exercer as atividades econômicas. O confinamento, e, em
muitos casos, o lockdown é uma insensatez que desrespeita o livro comércio, o
direito de ir e vir, a liberdade, enfim. No entanto, as pessoas que tiveram que
respeitar toque de recolher, foram presas por frequentar parques, praças ou
ruas, os comerciantes que tiveram seus negócios restritos, fechados ou multados
não tiveram nenhuma opção. Até a polícia foi usada para impedir que pudessem
fazer o que desejavam. Em janeiro, como sempre acontece, o consumo caiu, mas,
caiu muito mais do que o comportamento histórico. As empresas estão sem caixa
(com exceção de certos setores que ganharam com a crise e grandes empresas) e
as pessoas sem emprego e com as rendas diminuídas. Uma grande parte sem renda
mesmo. Então o auxílio emergencial é uma necessidade social sim. É claro que
não pode ser o trem da alegria que alguns desejam, até para desgastar a imagem
do governo. Faz parte do jogo também
procurar usar isto como uma forma de aprovar medids de redução das despesas, todavia,
tem que se dar um jeito de atender ás necessidades dessas pessoas desamparadas
e sem perspectivas. É uma questão de humanidade para as autoridades e de
sobrevivência para eles e, neste caso, um custo imprescindível para o bem-estar
da nação.
Fonte: Usina de Ideias.
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