Sexta-feira, 21 de agosto de 2020 - 07h23
Foi sancionado
pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta última quarta-feira (19) o projeto que
libera R$ 12 bilhões para o Pronampe - Programa Nacional de Apoio às
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Este montante adicional provém de um
acordo entre o governo e o Congresso para realimentar a linha de crédito, cujos
R$ 16 bilhões originais foram concedidos em cerca de um mês. Os recursos foram
remanejados da medida provisória (MP) 944, que direcionou R$ 34 bilhões para o
financiamento de salários de pequenas e médias empresas. A intenção da MP não atendeu
aos pequenos empresários, porque a maioria não trabalha com salários na folha
de pagamento, que era uma condição para o crédito. Além disto, a linha se
destinava exclusivamente ao custeio de salários. O presidente também sancionou outro projeto
para liberação de crédito que cria uma linha de empréstimos de R$ 10 bilhões,
via maquininhas de cartão, para as pequenas empresas.
O
presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
Rondônia-Fecomércio/RO e vice-presidente
da Confederação Nacional do Comércio-CNC, Raniery Araujo Coelho, elogiou a
iniciativa, mas, disse esperar que “Os novos recursos beneficiem mais o Estado
de Rondônia. O Pronampe no nosso Estado beneficiou poucas empresas. Os bancos
tardaram a operar e, quando operaram, os recursos, praticamente, já haviam se
esgotado”. Raniery afirmou que a Fecomércio/RO fez gestão junto ao governo federal
e bancada federal para que haja uma maior parcela de recursos para a região
Norte, e especificamente para Rondônia. Segundo ele, “O isolamento atingiu
fortemente as empresas, em especial as micros e pequenas, que, sem receitas,
possuem problemas de caixa para repor estoques e operar. Por isto é tão
importante o crédito neste momento”, completou.
ALTERAÇÕES NO PROGRAMA DE PAGAMENTO DE
SALÁRIOS
Para
ter acesso aos novos R$ 12 bilhões, o empresário deve procurar o seu banco. Os
maiores operadores da linha são Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Em
conjunto com o governo, o Congresso também promoveu mudanças no programa de
financiamento de salários na tentativa de adequar as condições às necessidades
dos empresários. Agora são R$ 12 bilhões disponíveis nesta linha. As alterações
também aumentaram o escopo de atendimento do programa. No projeto original, o
crédito era voltado para empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$
10 milhões. Os parlamentares acabaram subindo o teto para R$ 50 milhões. Além
desta alteração, o financiamento agora poderá abranger até 100% da folha de
pagamento pelo período de quatro meses, limitada ao valor de dois salários
mínimos por empregado. Inicialmente, o financiamento foi só por dois meses. As
operações poderão ser feitas até o dia 31 de outubro e os recursos são
depositados diretamente na conta do empregado. As condições do programa
continuaram as mesmas, com uma taxa de juros de 3,75% ao ano, com prazo de 36
meses para pagamento, incluído o período da carência de seis meses. Os recursos
do programa também poderão ser utilizados para pagar débitos referentes a
condenações trabalhistas do empregador. Bolsonaro vetou um trecho que
estabelecia um limite de R$ 15 mil no valor máximo da utilização da linha para
pagamento de acordos homologados pela Justiça do Trabalho.
Em
adição, o crédito poderá ser usado para pagar verbas rescisórias decorrentes de
demissões sem justa causa ocorridas no período do início da pandemia até a
publicação da lei, nesta quarta-feira, para recontratação do empregado
demitido.
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