Terça-feira, 7 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Economia

Reflexões sobre o futuro pós-crise do Covid-19


Reflexões sobre o futuro pós-crise do Covid-19 - Gente de Opinião

Depois da crise do Covid-19 não haverá volta à “normalidade”. Normalidade depende das condições da economia e a economia brasileira, infelizmente, este ano e o ano que vem, estará irremediavelmente numa depressão. Analistas já chegam a prever 5% de queda no Produto Interno Bruto-PIB este ano. É um desastre. Não adianta mais discutir quarentena ou não. A quarentena já foi feita com todos os seus imensos problemas econômicos. Impuseram na paz uma situação de guerra. Nós fomos, queiram ou não, obrigados a ficar em casa. O resultado econômico é devastador. Só depois iremos saber quantas empresas fecharam, quantos empregos foram perdidos. Pior que não podemos esperar muito do ambiente externo. Se, e quando as economias forem reabertas, é provável que a  transmissão volte. Acontece isto, agora, na China. O problema é que se isto acontecer, o medo pode nos levar a uma nova fase de fechamento da economia. Este será o pior dos cenários possíveis, este processo de abrir e fechar a economia pode continuar até o ano que vem ou até acharem uma cura para o vírus.  Até lá, muitas empresas vão desaparecer. O desemprego e a pobreza vai aumentar muito. Não só no Brasil como em todos os países emergentes. Vai ser um choque de oferta muito grande, enorme, com consequências graves de insolvência e de demanda. Então, é muito provável que termos um período de recessão neste ano e isto deve prosseguir em 2021. Ninguém duvida de que o atual choque econômico será muito pior que a crise financeira de 2008. E deve ter efeitos de mais longo prazo, inclusive com uma grande interrupção de comércio e viagens. Também se espera mudanças na estrutura da cadeia de fornecimento e da economia global. Sorte teremos se o vírus acabar sendo controlado neste verão (do Hemisfério Norte). É o melhor cenário, mas, mesmo assim teremos uma recessão grave. O mais problemático é que, se os investimentos estrangeiros devem diminuir. Será difícil para o Brasil conseguir financiamento em moeda estrangeira. E a poupança interna é baixa. O Brasil terá de realocar seus gastos, o que pode ser extremamente difícil politicamente. Politicamente, é quase impossível mudar os gastos numa situação como a atual. Basta ver que não se conseguiu usar os recursos do fundo eleitoral para a saúde. Um país como o Brasil para responder bem a essas emergência tem um desafio gigantesco. Não dá para comparar com a China, a China, é lógico, tem vantagens enormes de recursos financeiros e de poder de organização e, ao contrário de nós, um controle social tirânico. A países emergentes e democráticos não tem esses ativos, daí, que  os próximos dois anos vão ser muito complicados. Principalmente, porque, depois da crise, os que irão sofrer mais são os de baixa renda. E o Brasil não tem a solvência dos EUA ou da Alemanha. O tesouro não tem como atender a tanta demanda, não pode emprestar à taxas de juros negativas. Se o governo não tem condições financeiras de fazer isto, então, para a grande maioria das pessoas que são autônomas ou tem empregos informais estarão numa vulnerabilidade imensa. O que o governo fará por essas pessoas? Talvez a solução seja manter a ajuda que, agora, é provisória. Vamos ter tempos difíceis. 

Gente de OpiniãoTerça-feira, 7 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Sine Municipal de Porto Velho disponibiliza vagas para o primeiro emprego e Pessoas com Deficiência

Sine Municipal de Porto Velho disponibiliza vagas para o primeiro emprego e Pessoas com Deficiência

O Sine Municipal de Porto Velho anunciou a abertura de novas oportunidades de trabalho, com ênfase nas vagas voltadas para quem está em busca do prime

Ano Novo problemas antigos: Reforma Tributária seus Impactos e retrocessos

Ano Novo problemas antigos: Reforma Tributária seus Impactos e retrocessos

Após tramitar no Senado Federal e retornar à Câmara dos Deputados com alterações, a reforma tributária foi finalmente aprovada. Contudo, o texto final

Empresário Rondoniense se torna sócio de Flávio Augusto, Caio Carneiro e Joel Jota em Projeto de Educação Empresarial Internacional

Empresário Rondoniense se torna sócio de Flávio Augusto, Caio Carneiro e Joel Jota em Projeto de Educação Empresarial Internacional

Fernando Ferreira, um dos destaques do empreendedorismo em Rondônia, acaba de alcançar um marco histórico em sua trajetória profissional, ele foi co

Gestão Hildon Chaves quita dívidas do executivo municipal e aumenta capacidade de pagamento da Prefeitura de Porto Velho

Gestão Hildon Chaves quita dívidas do executivo municipal e aumenta capacidade de pagamento da Prefeitura de Porto Velho

Crescimento econômico, equilíbrio nas contas públicas e ações favoráveis a um ambiente de desenvolvimento são algumas marcas significativas dos oito a

Gente de Opinião Terça-feira, 7 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)