Sexta-feira, 6 de julho de 2018 - 20h05
O Brasil tem o melhor futebol do mundo. Essa é a mais pura verdade. Cinco vezes campeão do mundo, não tem mais o que crescer nesse esporte. Seus atletas estão espalhados pelos quatro cantos ensinando a arte de se jogar o “esporte das multidões”. Da China, da Austrália até aos países da América do Sul passando pela Europa e Estados Unidos os nossos heróis estão dando alegria por onde passam. O país participa apenas por participar de qualquer competição internacional. Tem os melhores jogadores do planeta e se quisesse já teria sido umas dez vezes campeão da Copa do Mundo. No futebol, quase todos os participantes são inferiores aos nossos “eternos campeões”. O Brasil já teve times inesquecíveis como o que foi tricampeão em 1970 no México e que tinha Pelé e também o time de 1982 na Copa da Espanha que tinha Zico como estrela.
Torcer pelo Brasil é como uma doença já impregnada na cabeça dos 213 milhões de habitantes. Quase todo mundo neste país o faz de forma natural e apaixonada. Amar incondicionalmente seus jogadores é a coisa mais sensata que fazemos de quatro em quatro anos. As autoridades daqui deveriam dar a esses deuses tudo o que eles pedissem, pois eles merecem. A Igreja poderia muito bem canonizar todos eles. São Neymar, São Philippe Coutinho, São Alisson, São Miranda. Já pensou na alegria de ver a imagem santa de cada um deles enfeitando as igrejas e templos espalhados pelo Brasil inteiro? Os caras jogam demais. Seria muito bom que o prefeito de Porto Velho e o governador Daniel Pereira trouxessem os heróis para se apresentar na “Arena Aluizão”. Eles têm que vir a Roraima. Imagino um filme com eles: “23 homens e um destino”.
Não entendo porque o Governo Federal não diminui o salário mínimo e com a economia recompensaria melhor esses gloriosos atletas. Cada professor, cada médico, cada advogado, cada profissional liberal deveria ter seu salário achatado para esse fim. O que eles fizeram nesta Copa da Rússia não há dinheiro que pague. Encheram o país de alegria e comoção. Resgataram a nossa autoestima e a vontade de sermos brasileiros. No último jogo, por exemplo, o time jogou com garra e com alma. Foi bravo o tempo todo ao nos representar. Todos esses heróis do povo brasileiro deviam se candidatar para nos governar. O Brasil é uma potência emergente com o colossal futebol que joga. Ganha e convence a todos. O futebol nos dá uma melhor qualidade de vida, boa mobilidade urbana, bons hospitais, saneamento básico e reconhecimento internacional.
O “esporte dos deuses” deveria ser ensinado e também obrigatório das escolas primárias às universidades. Em toda entrevista para emprego, pelo menos cinco perguntas deveriam ser sobre esse esporte. Nas missas e nos cultos pelo menos 10 minutos deveriam ser dedicados a esses valentes e guerreiros cidadãos. A camisa amarela do nosso “esquadrão de ouro” devia ser obrigatória no trabalho, nas escolas e também no dia-a-dia para todo habitante brasileiro. Camisa, não. Uma segunda pele. Uma espécie de manto sagrado. Falar mal da seleção devia ser criminalizado. Neste último jogo, por exemplo, o Brasil arrebentou: dominou o adversário do começo ao fim da partida. Só deu Brasil. Jogo de um time só: o nosso. Humilhado pelo hábil e brilhante futebol mostrado por nós, a Bélgica nada fez. Não atacou nem se defendeu. Pesarosos e leais, deixamos os coitados ganharem este jogo. Confiantes: “Brasil, rumo ao esgoto”.
*É Professor em Porto Velho.
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