Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

História

As casas comissárias tiveram um papel decisivo na história da Amazônia


 

Mais conhecidas por seu papel na consolidação do ciclo cafeeiro, as “casas comissárias” também tiveram um papel decisivo na história da Amazônia. Elas representaram, a rigor, a introdução e a afirmação do capitalismo nos principais segmentos da economia nacional. 

Na Amazônia, como fariam com os colonos imigrantes no Sudeste, as casas comissárias lidavam ao mesmo tempo com produtos e gente: foram elas que organizaram a atração de seringueiros e outros trabalhadores da floresta, para trabalhar no extrativismo ou em obras de estrutura. 

Onde os comissários estavam, imperava o luxo, a ostentação e a riqueza. Suas casas se localizavam nos prédios mais imponentes e importantes, por vezes até cedendo espaço a prefeituras e câmaras municipais, convivendo com o poder de forma fácil e conveniente. 

A casa comissária fazia o papel do intermediário entre as regiões fornecedoras de mão-de-obra e as fazendas locais necessitadas de mão-de-obra e os clientes estrangeiros, ávidos pelos produtos brasileiros – borracha e café, por exemplo. 

Antes das casas comissárias, os produtos saíam da região produtora pelas mãos dos primeiros intermediários, geralmente da própria região, que mais tarde seriam substituídos pelas casas comissárias, controladas por capitalistas estrangeiros, transitando, como tudo, do controle português ao inglês. 

Levados em lombo de burros ou em carros de boi até a estrada mais próxima, localizada nas propriedades dos líderes políticos da época, os produtos chegavam aos portos, onde estavam em geral às casas comissárias para fazer a expedição aos seus clientes ou receber colonos provenientes do exterior. 

As casas comissárias, além de atuar no comércio, também se dedicaram a atividades que mais tarde seriam hegemonizadas pelos bancos, como financiar plantações sob hipoteca e por conta da produção a ser vendida.
 
Um dos elementos de fortalecimento das casas comissárias foi à abolição dos escravos. Os fazendeiros se viam às voltas com os encargos de pagar salários, obrigação desconhecida no tempo da escravatura. Foi assim, por exemplo, que o Conde do Pinhal (Antônio Carlos de Arruda Botelho), sentindo os novos ventos que sopravam sobre o Brasil, ainda antes da abolição deu alforria aos escravos e vendeu o que tinha para fundar o Banco de São Paulo e a Casa Comissária Arruda Botelho. 

Fonte: Carlos Sperança 
 Gentedeopinião  / AMAZÔNIAS / RondôniaINCA  / OpiniaoTV 
 Energia & Meio Ambiente   / Siga o Gentedeopinião no Twitter

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Na comemoração do 6º aniversário da Energisa, Rondônia ganha livro de fotos antigas

Na comemoração do 6º aniversário da Energisa, Rondônia ganha livro de fotos antigas

Três anos atrás, o repórter fotográfico goiano Kim-Ir-Sen Pires Leal se inquietava diante de suas milhares de imagens de Rondônia, antes de lançar a s

Lançamento de livro retrata os 40 anos da história do Parlamento de Rondônia

Lançamento de livro retrata os 40 anos da história do Parlamento de Rondônia

Já está disponível para compra o livro "Percorrendo os 40 anos de história do Parlamento Rondoniense", escrito pelo servidor da Assembleia Legislati

Montezuma Cruz lança "Território dourado", sexta-feira, na Casa da   Cultura

Montezuma Cruz lança "Território dourado", sexta-feira, na Casa da Cultura

Na noite de sexta-feira, 23, a partir das 19h, o jornalista Montezuma Cruz lançará seu livro “Território dourado”, contendo relatos a respeito dos g

Trajetória de Silvio Santos

Trajetória de Silvio Santos

Senor Abravanel, um abnegado em levar alegria ao povo brasileiro, um visionário das comunicações no Brasil, cuja marca registrada em mais de 75 anos d

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)