Domingo, 30 de março de 2008 - 15h42
Povos e lendas são amigos íntimos. Não há lugar sem suas próprias histórias, como também não há fenômeno que não se explique através de lendas ou tradições religiosas. Há lendas amazônicas das mais diversas origens, porque também os povos da floresta são muitos.
Mas certamente a mais incrível das lendas da Amazônia é a do boto. Contada e recontada, resumida ou com feição literária, a lenda do boto sedutor é ouvida com total seticismo por parte de qualquer sulista desconfiado.
De fato, é impossível acreditar que o boto em certas ocasiões abandona o leito rio, transfigura-se em homem, usando chapéu para disfarçar a cabeça, e parte com todo um arsenal de truques para conquistar os corações das moças simplórias. Logo em seguida elas aparecem grávidas para seus pais com a única explicação possível: "Foi o boto..."
No entanto, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Impa) tirou da manga do colete uma pesquisa que vai abalar o renitente ceticismo dos povos alheios aos da floresta. O trabalho de Vera Maria Ferreira da Silva, do Impa, e de Tony Martin, do Serviço Antártico Britânico, veio comprovar que o boto, pelo menos enquanto animal, é um bicho extremamente sedutor, que não economiza galanteios para seduzir a fêmea.
Os pesquisadores estudaram durante três anos o comportamento de 6 mil grupos de botos tucuxi (Sotalia fluviatilis) na região da reserva de Mamirauá, no município de Tefé, Oeste do Amazonas. Lá pelas tantas, no bojo de um amplo programa de pesquisas, percebeu-se que em cada grupo de botos, pelo menos um deles carregava objetos no bico para presentear a fêmea, sempre em idade adulta e pronta para a reprodução. Os presentes variavam de acordo com um código de valores todo próprio dos botos, como plantas ou pedaços de pau.
O pesquisador Tony Martin obsevou que até então apenas em humanos e chimpazés havia sido constatado comportamento semelhante.
Muitas vezes os ensinamentos trazidos pelas lendas e até pelas crendices dos povos da floresta são tratados com desdém e arrogância. Não surpreende que sejam os estrangeiros a querer patentear o sangue bom e a infinidade de riquísisimos produtos da divesidade Amazônida, pois a cultura popular é considerada apenas folclore, credo religioso pagão ou simples devaneios causados por plantas alucinógenas, que a Amazônia também pe pródiga em produzir.
Será sempre novamente necessário que dedicados cientistas arranquem da experimentação rigorosa aquilo que na floresta já era sabido: que além das plantas armazenarem riquezas imensas em seus corações vegetais, o boto não se faz de rogado e, com seus galanteios e presentes, seduz a fêmea que se torna objeto de seu desejo.
Fonte: Revista Momento Brasil, parceira do Gentedeopinião
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